Na noite de segunda-feira, o senador democrata Cory Booker, de Nova Jersey, iniciou um discurso histórico no Senado dos Estados Unidos, que se estendeu por impressionantes 25 horas e cinco minutos, estabelecendo um novo recorde para a intervenção mais longa na história política do país. O discurso, que visava criticar as políticas do presidente Donald Trump, superou o anterior recorde de 24 horas e 18 minutos, detido por Strom Thurmond, da Carolina do Sul, em 1957.
Booker, que já foi candidato à presidência em 2020, utilizou esta maratona discursiva para abordar questões críticas que afetam a democracia americana. Com uma voz embargada e visivelmente cansado, o senador enfatizou a urgência da situação política atual, afirmando: "Estes não são tempos normais na nossa nação e não devem ser tratados como tal no Senado dos Estados Unidos. As ameaças à democracia e ao povo americano são urgentes, e todos devemos fazer mais para nos posicionarmos contra elas."
Durante o seu discurso, Booker criticou os cortes na administração pública propostos por Trump, liderados pelo Departamento de Eficiência Governamental, sob a supervisão do conselheiro presidencial Elon Musk. Ele expressou preocupações sobre possíveis cortes nas prestações da Segurança Social, apesar das garantias dos legisladores republicanos de que o programa não seria afetado. "Os nossos eleitores estão a pedir-nos para reconhecer que isto é uma crise. Por isso, vou ficar aqui até não poder mais", declarou Booker, enquanto se movia pelo plenário, mantendo-se de pé para cumprir as rigorosas regras do Senado.
A resistência de Booker foi apoiada por colegas democratas, que lhe concederam breves pausas ao fazer perguntas ou comentários, permitindo-lhe hidratar-se com alguns copos de água. O senador, que se destacou como uma figura proeminente do Partido Democrata, também fez um apelo à unidade, instando os congressistas a se unirem contra as políticas que, segundo ele, prejudicam os mais vulneráveis da sociedade. "Como podem concordar em cortar 800 mil milhões de dólares do Medicaid apenas para conceder cortes de impostos que beneficiam desproporcionalmente os mais ricos?", questionou.
Ao longo do discurso, Booker evocou a memória de John Lewis, um ícone do movimento pelos direitos civis, e reiterou a necessidade de uma "boa desordem" na sociedade para enfrentar as injustiças. "Se amam o próximo, se amam este país, demonstrem esse amor. Impeçam-nos de fazer o que estão a tentar fazer", exortou.
A maratona de Booker não apenas quebrou um recorde, mas também serviu como um momento simbólico de resistência para os democratas, que buscam uma nova direção em um momento de crescente polarização política. Enquanto o discurso prosseguia, milhares de pessoas assistiam à transmissão ao vivo, demonstrando apoio ao senador e à sua mensagem de luta pela justiça e pela democracia.
Com esta ação, Cory Booker não apenas solidificou seu lugar na história do Senado, mas também se posicionou como uma voz importante na luta contra as políticas do atual governo, deixando claro que a resistência e a defesa dos valores democráticos são mais relevantes do que nunca.
Resumo
Na noite de segunda-feira, o senador democrata Cory Booker, de Nova Jersey, estabeleceu um novo recorde no Senado dos Estados Unidos ao realizar um discurso de 25 horas e cinco minutos, superando o anterior de Strom Thurmond. O discurso teve como objetivo criticar as políticas do presidente Donald Trump, especialmente os cortes propostos na administração pública e na Segurança Social. Booker enfatizou a urgência da situação política, apelando à unidade entre os congressistas para resistir a políticas que prejudicam os mais vulneráveis. Durante a maratona, que foi acompanhada por milhares de pessoas, Booker evocou a memória de John Lewis e defendeu a necessidade de uma "boa desordem" para enfrentar injustiças. A ação de Booker não só quebrou um recorde, mas também simbolizou a resistência dos democratas em um contexto de crescente polarização política.