Carlo Ancelotti defende-se de acusações de fraude fiscal

Treinador do Real Madrid nega ilegalidades em audiência sobre direitos de imagem.

há 8 dias
Carlo Ancelotti defende-se de acusações de fraude fiscal

© Getty Images

Resumo

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, compareceu à Audiência Provincial de Madrid para se defender de acusações de fraude fiscal relacionadas com a sua primeira passagem pelo clube entre 2014 e 2015. Ancelotti afirmou que não tinha consciência de estar a cometer uma ilegalidade, destacando que o Real Madrid lhe propôs um sistema de remuneração que incluía direitos de imagem. O treinador é acusado de omitir rendimentos superiores a um milhão de euros para reduzir impostos, com o Ministério Público a pedir uma pena de quatro anos e nove meses de prisão. Ancelotti mencionou que a prática de receber parte do salário através de direitos de imagem é comum entre jogadores, referindo-se ao seu antecessor, José Mourinho, que também enfrentou problemas legais semelhantes. O caso levanta questões sobre a transparência nas práticas fiscais no desporto e a responsabilidade dos clubes em informar os treinadores sobre as implicações legais de tais acordos.

Carlo Ancelotti, o renomado treinador do Real Madrid, compareceu esta quarta-feira à Audiência Provincial de Madrid, onde se defendeu das acusações de fraude fiscal que remontam à sua primeira passagem pelo clube, entre 2014 e 2015. O técnico italiano, de 65 anos, afirmou que nunca teve consciência de estar a cometer uma ilegalidade, sublinhando que foi o próprio Real Madrid que lhe propôs um sistema de remuneração que incluía a exploração de direitos de imagem.

Durante o julgamento, Ancelotti explicou que, ao receber a proposta do clube, a encaminhou para o seu assessor, sem analisar os pormenores, uma vez que nunca tinha sido pago dessa forma anteriormente. "Só me importava cobrar os seis milhões de euros líquidos por três anos, e nunca me apercebi de que algo não era correto. Não recebi nenhuma comunicação de que estava a ser investigado", declarou, conforme reportado pela agência EFE.

O treinador é acusado de omitir rendimentos superiores a um milhão de euros, provenientes dos direitos de imagem, com o intuito de reduzir o montante a pagar em impostos. O Ministério Público espanhol está a pedir uma pena de quatro anos e nove meses de prisão para Ancelotti, que regressou ao clube em 2021 e tem um currículo impressionante, incluindo três títulos da Liga dos Campeões e dois campeonatos de Espanha.

Ancelotti também fez referência ao seu antecessor, José Mourinho, que já enfrentou problemas semelhantes com a justiça espanhola. Mourinho, que orientou o Real Madrid entre 2010 e 2013, foi condenado em 2019 a um ano de prisão, com pena suspensa, e a uma multa de quase dois milhões de euros por fraude fiscal. O atual treinador dos merengues afirmou que "todos os jogadores o fazem", referindo-se à prática de receber parte do salário através de direitos de imagem.

O caso de Ancelotti levanta questões sobre a transparência nas práticas fiscais de figuras proeminentes do desporto e a responsabilidade dos clubes em informar os seus treinadores sobre as implicações legais de tais acordos. "É possível que tenha existido uma vantagem a nível fiscal, não sei. A mim, só interessava cobrar o valor líquido", concluiu, deixando claro que a sua única preocupação era o salário acordado.