O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, denunciou um ataque informático direcionado ao seu partido, a Plataforma Cívica, que, segundo ele, é uma clara manifestação de "interferência estrangeira" nas eleições presidenciais agendadas para o próximo mês de maio. Tusk fez esta afirmação durante uma publicação na rede social X, onde alertou que o ataque, que afetou o sistema informático do partido, é um sinal preocupante do início de tentativas externas de influenciar o processo eleitoral na Polónia.
O ataque, que ocorreu na quarta-feira, consistiu numa tentativa de controlar os computadores dos funcionários da Plataforma Cívica e do pessoal eleitoral, durando cerca de 12 horas. Jan Grabiec, chefe do gabinete de Tusk, indicou que as evidências apontam para uma origem "oriental", sugerindo uma possível ligação à Rússia ou à Bielorrússia. Grabiec, ao ser questionado sobre a responsabilidade específica, referiu que essa avaliação caberia aos serviços secretos polacos, mas lembrou que, em ocasiões anteriores, houve infiltrações bielorrussas em sistemas polacos em colaboração com os serviços secretos russos.
As eleições presidenciais na Polónia estão marcadas para 18 de maio, com uma possível segunda volta a ocorrer a 1 de junho, caso nenhum candidato consiga obter mais de 50% dos votos na primeira volta. O candidato da Plataforma Cívica, Rafał Trzaskowski, atual presidente da Câmara de Varsóvia, é considerado o favorito nas sondagens, que lhe atribuem cerca de 36% das intenções de voto. O partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que governou a Polónia entre 2015 e 2023, nomeou Karol Nawrocki como seu candidato, enquanto o partido de extrema-direita Confederação apresenta Sławomir Mentzen como co-líder.
A situação política na Polónia é tensa, com o governo de coligação de Tusk a enfrentar resistência do Presidente Duda, que está alinhado com o PiS e frequentemente veta iniciativas legislativas do executivo. A proximidade das eleições e as alegações de interferência estrangeira levantam preocupações sobre a integridade do processo democrático no país, refletindo uma tendência mais ampla de manipulação e desinformação que tem sido observada em várias democracias ocidentais.
Resumo
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, denunciou um ciberataque ao seu partido, a Plataforma Cívica, considerando-o uma clara manifestação de "interferência estrangeira" nas eleições presidenciais de maio. O ataque, que durou cerca de 12 horas, visou controlar os computadores dos funcionários do partido e é suspeito de ter origem "oriental", possivelmente ligado à Rússia ou Bielorrússia. Jan Grabiec, chefe do gabinete de Tusk, destacou que a responsabilidade deve ser avaliada pelos serviços secretos polacos, lembrando infiltrações anteriores de serviços bielorrussos em sistemas polacos. As eleições estão agendadas para 18 de maio, com uma possível segunda volta a 1 de junho. O candidato da Plataforma Cívica, Rafał Trzaskowski, é o favorito nas sondagens, enquanto o partido nacionalista Lei e Justiça (PiS) e a extrema-direita Confederação também apresentam candidatos. A situação política é tensa, com o governo de Tusk a enfrentar resistência do Presidente Duda, alinhado com o PiS, levantando preocupações sobre a integridade do processo democrático na Polónia e refletindo uma tendência de manipulação em democracias ocidentais.