Taxas de juro em Portugal: Queda nos créditos e depósitos

Banco de Portugal reporta descidas nas taxas de juro de crédito e depósitos, enquanto a Euribor apresenta flutuações.

há 8 dias
Taxas de juro em Portugal: Queda nos créditos e depósitos

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Resumo

A recente evolução das taxas de juro em Portugal tem suscitado preocupações entre consumidores e investidores. O Banco de Portugal anunciou que a taxa média dos novos créditos à habitação caiu para 3,17% em fevereiro, o valor mais baixo desde dezembro de 2022, refletindo uma diminuição de 0,07 pontos percentuais em relação a janeiro. Simultaneamente, a taxa média dos novos depósitos a prazo desceu para 1,83%, marcando a 14.ª queda consecutiva. No entanto, a Euribor subiu a três, a seis e a 12 meses, com a taxa a três meses a fixar-se em 2,356%. A Euribor a seis meses, a mais utilizada em créditos à habitação, aumentou 0,011 pontos. Apesar disso, a média da Euribor em março apresentou uma descida em relação aos meses anteriores. O Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juro diretoras para 2,5% e poderá interromper os cortes em abril, refletindo a complexidade do ambiente económico atual.

A recente evolução das taxas de juro em Portugal tem gerado preocupações e expectativas entre os consumidores e investidores. A Banco de Portugal divulgou esta quarta-feira que a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação caiu para 3,17% em fevereiro, o valor mais baixo desde dezembro de 2022. Esta descida, que se verificou tanto em novos contratos como em contratos renegociados, reflete uma redução de 0,07 pontos percentuais em comparação com janeiro, quando a taxa era de 3,24%.

Além disso, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares também registou uma diminuição, fixando-se em 1,83%, o que representa a 14.ª queda consecutiva. O montante total de novas operações de depósitos a prazo caiu em 1.408 milhões de euros, totalizando 11.679 milhões de euros. Nos depósitos com prazo até um ano, a taxa média desceu para 1,84%, mantendo-se como a classe de prazo com a remuneração média mais elevada, representando 97% dos novos depósitos em fevereiro.

Por outro lado, a taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses, após ter atingido novos mínimos nas sessões anteriores. A taxa a três meses avançou para 2,356%, enquanto a taxa a seis meses foi fixada em 2,320% e a taxa a 12 meses em 2,326%. A Euribor a seis meses, que se tornou a mais utilizada em Portugal para créditos à habitação com taxa variável, viu um aumento de 0,011 pontos em relação ao dia anterior.

Os dados do Banco de Portugal indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do total de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto as taxas a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente. A média da Euribor em março, no entanto, apresentou uma descida em relação aos meses anteriores, com uma redução de 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Em resposta a estas flutuações, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, em março, reduzir as taxas de juro diretoras pela quinta vez consecutiva, para 2,5%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, indicou que a instituição poderá interromper os cortes nas taxas em abril, com a próxima reunião de política monetária agendada para os dias 16 e 17 de abril em Frankfurt.

Este cenário de taxas de juro em mudança reflete a complexidade do atual ambiente económico, onde os consumidores e as instituições financeiras devem estar atentos às tendências e às decisões dos bancos centrais que influenciam diretamente o mercado de crédito e poupança.