Netanyahu intensifica operações militares na Faixa de Gaza

Primeiro-ministro de Israel pressiona Hamas para devolver reféns.

há 8 dias
Netanyahu intensifica operações militares na Faixa de Gaza

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Resumo

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou uma intensificação das operações militares na Faixa de Gaza, visando pressionar o Hamas a devolver os reféns em cativeiro. Netanyahu declarou que o Exército israelita está a dividir a região em setores, aumentando a pressão sobre o Hamas, que mantém 59 reféns. As forças israelitas estão a tomar território e a atacar alvos associados ao Hamas, incluindo a criação de um novo eixo que separa Khan Yunis e Rafah. A ocupação do "corredor de Morag" isolou Rafah, resultando na deslocação de cerca de 50.000 pessoas. O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU indicou que 52% da Faixa de Gaza está sob zonas de deslocação obrigatória, agravando a crise humanitária. O Hamas rejeitou uma proposta israelita para uma trégua de 40 dias, que incluía a libertação de reféns, e advertiu que a recusa levaria a uma intensificação das operações militares. A situação permanece tensa, com o Hamas propondo a libertação de cinco reféns vivos em resposta.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje uma intensificação das operações militares na Faixa de Gaza, com o objetivo de pressionar o movimento islamita Hamas a devolver os reféns ainda em cativeiro. Em um vídeo divulgado pelo seu gabinete, Netanyahu afirmou que o Exército israelita está a dividir a região em setores e a aumentar a pressão sobre o Hamas. "Estamos a dividir a Faixa de Gaza em parcelas e a aumentar a pressão passo a passo, para que eles (o Hamas) nos devolvam os nossos reféns", declarou.

O primeiro-ministro detalhou que as forças israelitas estão a tomar território, a atacar alvos terroristas e a destruir infraestruturas associadas ao Hamas. Ele mencionou a criação de um novo eixo sob controle israelita que separará as cidades de Khan Yunis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Netanyahu enfatizou que a pressão militar aumentará até que o Hamas ceda e devolva os 59 reféns que ainda mantém em cativeiro.

Recentemente, Israel ocupou o "corredor de Morag", uma faixa que atravessa o território palestiniano de leste a oeste, isolando a cidade de Rafah da vizinha Khan Yunis. Este corredor, que leva o nome de um antigo colonato israelita, é parte de uma estratégia mais ampla que inclui o controle de três corredores na Faixa de Gaza, que visam dividir o território palestiniano e facilitar as operações militares israelitas.

As ordens de evacuação emitidas por Israel resultaram na deslocação de cerca de 50.000 pessoas da cidade de Rafah, que antes da guerra tinha uma população de aproximadamente 250.000. O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) indicou que as zonas de deslocação obrigatória abrangem 52% da Faixa de Gaza, complicando ainda mais a situação humanitária na região.

Em resposta a esta escalada militar, o Hamas rejeitou uma proposta israelita para uma trégua de 40 dias, que incluía a libertação de 11 reféns vivos e a entrega de 16 corpos de prisioneiros israelitas. Uma fonte do Hamas, que falou à agência EFE, afirmou que a proposta israelita também previa a manutenção das tropas israelitas na "zona tampão" da Faixa, o que contraria os interesses do grupo islamita. O Hamas, por sua vez, apresentou uma proposta alternativa que visa a libertação de cinco reféns vivos.

A rejeição da proposta israelita por parte do Hamas foi acompanhada de um aviso de que a recusa resultaria em uma intensificação das operações militares em Gaza, com a possibilidade de uma escalada de ataques e a tomada de mais território. Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas, confirmou a rejeição e lembrou que um acordo anterior, assinado em janeiro, que resultou na libertação de 33 reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos, foi rompido por Israel após dois meses, sem que novas negociações fossem realizadas.