A recente realização do Conselho de Ministros no Mercado do Bolhão, no Porto, gerou uma onda de controvérsia e críticas, especialmente entre os partidos da oposição. O evento, que assinalou o primeiro ano de governo de Luís Montenegro, foi marcado por um convite enviado pela concelhia do PSD/Porto aos seus militantes, incitando-os a comparecer e cumprimentar o primeiro-ministro. Esta ação foi interpretada pelo Partido Socialista (PS) como uma violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade, levando o partido a apresentar uma queixa formal na Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O PS argumenta que a mensagem enviada aos militantes do PSD constitui publicidade institucional, o que é proibido durante o período eleitoral, uma vez que as eleições legislativas estão agendadas para 18 de maio. O porta-voz socialista, Marcos Perestrello, criticou o governo por supostamente utilizar recursos públicos para fins partidários, acusando-o de promover uma "promiscuidade entre o que é privado, público e partidário".
Luís Montenegro, por sua vez, negou qualquer intenção de fazer campanha durante o evento, afirmando que estava apenas a cumprimentar os cidadãos presentes no mercado. Apesar das suas declarações, a presença de Pedro Duarte, que anunciou a sua candidatura à Câmara do Porto, levantou ainda mais suspeitas sobre a natureza do evento. O primeiro-ministro insistiu que não houve violação de princípios de neutralidade e que as pessoas não decidirão o seu voto com base na sua presença no Bolhão.
A controvérsia não se limitou ao convite do PSD. A realização do Conselho de Ministros em um local tão emblemático como o Mercado do Bolhão foi vista por muitos como uma manobra de propaganda eleitoral. A oposição, incluindo o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, também expressou descontentamento, considerando a situação uma "grande operação de propaganda".
Além das críticas, uma sondagem recente da Universidade Católica revelou um empate técnico entre a Aliança Democrática (AD) e o PS, com a AD a liderar ligeiramente com 29% das intenções de voto, enquanto o PS se situa em 27%. O Chega mantém-se como a terceira força política, seguido pela Iniciativa Liberal e pelo Bloco de Esquerda. A sondagem sugere que, apesar da ligeira vantagem da AD, a possibilidade de uma maioria absoluta é remota, uma vez que a maioria dos eleitores ainda está indecisa.
Com a aproximação das eleições, a tensão entre os partidos intensifica-se, e a forma como o governo e a oposição lidam com estas questões poderá ter um impacto significativo no resultado das próximas legislativas.
Resumo
O Partido Socialista (PS) apresentou uma queixa formal contra o Partido Social Democrata (PSD) à Comissão Nacional de Eleições (CNE), alegando violação dos deveres de neutralidade durante um evento realizado no Mercado do Bolhão, no Porto. O evento, que celebrou o primeiro ano de governo de Luís Montenegro, incluiu um convite da concelhia do PSD/Porto aos seus militantes para comparecer e cumprimentar o primeiro-ministro, o que o PS considera uma forma de publicidade institucional proibida durante o período eleitoral, com as eleições legislativas marcadas para 18 de maio. Luís Montenegro defendeu que não houve intenção de fazer campanha, embora a presença de Pedro Duarte, candidato à Câmara do Porto, tenha levantado suspeitas. A controvérsia foi ampliada por críticas da oposição, que vê o evento como uma manobra de propaganda eleitoral. Uma sondagem recente indica um empate técnico entre a Aliança Democrática (AD) e o PS, com a AD ligeiramente à frente. A tensão entre os partidos aumenta à medida que as eleições se aproximam, podendo influenciar o resultado das legislativas.