Nova série "Dying for Sex" explora sexualidade e cancro

A série da FX, com Michelle Williams, aborda a sexualidade em face da doença.

há 8 dias
Nova série "Dying for Sex" explora sexualidade e cancro

© Disney+

Resumo

A série "Dying for Sex", que estreia a 4 de abril no Disney+ Portugal, explora a interseção entre cancro, sexualidade e morte, inspirando-se na história real de Molly Kochan. A atriz Michelle Williams desempenha o papel principal, enquanto a cocriadora Elizabeth Meriwether destaca a importância de abordar a sexualidade mesmo em face da doença. Baseada no podcast homónimo da Wondery, a narrativa foca nas conversas íntimas entre Molly e a sua amiga Nikki Boyer sobre as experiências sexuais que Molly decidiu explorar após o diagnóstico terminal. A série, que inclui momentos de humor, procura equilibrar drama e comédia, evitando a redução da personagem a uma mera tragédia. As criadoras enfatizam a necessidade de uma representação sensível nas cenas sexuais, contando com coordenadores de intimidade para garantir que cada cena contribua para a jornada do personagem. "Dying for Sex" visa desafiar as percepções sobre sexualidade e encorajar a audiência a refletir sobre esses temas de forma mais ampla, promovendo uma conversa sobre a diversidade da sexualidade.

A nova série da FX, "Dying for Sex", que estreia a 4 de abril no Disney+ Portugal, promete desafiar as convenções sobre cancro, sexo e morte, inspirando-se na história real de Molly Kochan. A atriz Michelle Williams assume o papel principal, trazendo à vida uma narrativa que explora a sexualidade em face da doença. Em entrevista à Lusa, a cocriadora Elizabeth Meriwether expressou o desejo de que a série amplie a compreensão sobre a sexualidade, afirmando que "podemos estar doentes e ser sexuais ao mesmo tempo. Faz parte da experiência de ser uma pessoa".

Baseada no podcast homónimo lançado pela Wondery em 2020, a série apresenta conversas íntimas entre Molly e a sua melhor amiga, Nikki Boyer, sobre as aventuras sexuais que Molly decidiu explorar após receber o diagnóstico terminal de cancro. Nikki, que colaborou com as 'showrunners' Elizabeth Meriwether e Kim Rosenstock, permitiu que a equipa criativa encontrasse a sua própria interpretação da história, mantendo-se fiel aos factos, mas com espaço para a liberdade artística. Meriwether explicou que o objetivo era capturar o espírito do podcast, destacando que "os momentos mais loucos da série aconteceram realmente".

A série aborda a exploração de desejos sexuais e novas experiências, especialmente após Molly ter deixado um casamento de 15 anos e ter passado por uma dupla mastectomia e cirurgias de reconstrução mamária. Para garantir a representação sensível de cenas sexuais, as criadoras contaram com três coordenadores de intimidade no set. Meriwether, que anteriormente trabalhou em "New Girl" e "The Dropout", revelou que a equipa teve discussões profundas sobre o que incluir nas cenas, para que não parecessem gratuitamente provocativas. "Queríamos que cada cena de sexo levasse o personagem numa jornada e que a audiência sentisse que, no final, descobriu algo novo", afirmou.

Kim Rosenstock, conhecida pelo seu trabalho em "Homicídios ao Domicílio", destacou a importância de não reduzir a personagem de Michelle Williams a uma mera tragédia. "Queríamos contar uma história que fosse integrada, que permeasse a sua vida", disse. Apesar do tema sério, a série também incorpora momentos de humor, refletindo a forma como Molly partilhou as suas experiências no podcast. Meriwether comentou que o equilíbrio entre comédia e drama foi um desafio, mas a equipa decidiu não se preocupar em categorizar as cenas.

As contradições da história foram um fator que atraiu Rosenstock para o projeto. Inicialmente hesitante devido à natureza do tema, ela percebeu, ao ouvir o podcast, que a narrativa era muito mais rica e complexa. "É uma história muito feminina, porque é contada pela lente de um despertar sexual", observou. A série também dá destaque ao papel de Nikki Boyer, interpretada por Jenny Slate, como cuidadora de Molly, enfatizando a profundidade da amizade entre as duas mulheres.

Embora as criadoras rejeitem a ideia de que "Dying for Sex" deva transmitir uma mensagem específica, elas esperam que a forma como a história é contada incentive a audiência a refletir sobre esses temas de maneira diferente. "Espero que esta série faça as pessoas sentirem-se menos sozinhas e mais vistas", disse Kim Rosenstock, acrescentando que gostaria que as pessoas se libertassem da noção de um "sexo normal" e iniciassem uma conversa sobre a diversidade da sexualidade. Com um elenco que inclui Jay Duplass, Rob Delaney e Sissy Spacek, "Dying for Sex" promete ser uma exploração provocadora e sensível de temas muitas vezes considerados tabus.