Israel intensificou sua ofensiva na Faixa de Gaza, prometendo não cessar os ataques até que o Hamas devolva os reféns que mantém em cativeiro, deponha as armas e abandone o território. Durante a noite, mais de 50 pessoas perderam a vida em bombardeios israelitas, conforme relataram autoridades hospitalares. Este aumento na violência ocorre um dia após o anúncio de Israel sobre a ocupação de extensas áreas de Gaza e a criação de um novo corredor de segurança.
A situação humanitária na região é alarmante, com a interrupção do envio de alimentos, combustível e ajuda humanitária por um período de um mês. Entre as vítimas dos recentes ataques, estão pelo menos 17 crianças, conforme informações de autoridades em Khan Younis, no sul da Faixa. Os corpos de 14 pessoas foram levados para o Hospital Nasser, incluindo nove membros da mesma família, além de cinco crianças e quatro mulheres. Outros 19 corpos, incluindo os de cinco crianças com idades entre um e sete anos e uma mulher grávida, foram encaminhados para o hospital europeu nas proximidades. Na Cidade de Gaza, 21 corpos foram recebidos no hospital Ahli, entre os quais estavam sete crianças.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou a criação de um novo corredor de segurança, que visa isolar a cidade de Rafah, no sul, da restante Faixa de Gaza. Este corredor, denominado corredor Morag, foi nomeado em homenagem a um assentamento judaico que existiu entre Rafah e Khan Younis. Netanyahu também mencionou que o novo corredor funcionaria como um "segundo corredor de Filadélfia", referindo-se à área da fronteira com o Egito, sob controle israelita desde maio. O governo israelita reafirmou o controle sobre o corredor Netzarim, que separa o norte da Faixa do resto do território.
Enquanto isso, o Hamas rejeitou as exigências israelitas e pediu a libertação de prisioneiros palestinianos em troca da devolução dos 59 reféns que ainda mantém, dos quais 24 são considerados vivos. A Autoridade Palestiniana, que é apoiada pelo Ocidente e liderada por rivais do Hamas, expressou sua "completa rejeição" ao plano de corredor de segurança e pediu ao Hamas que renunciasse ao poder em Gaza.
Em um contexto mais amplo, o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez um apelo para o retorno a "negociações sérias" que visem a resolução do conflito em Gaza. Durante uma conferência de imprensa em Berlim com o Rei Abdullah II da Jordânia, Scholz enfatizou a necessidade de uma trégua e da libertação de todos os reféns israelitas. Ele destacou que a situação em Gaza, assim como na Cisjordânia, só poderá ser estabilizada através de uma solução política. O Rei Abdullah II também expressou sua preocupação com a deterioração da situação humanitária, descrevendo a tragédia em Gaza como "indescritível".
Desde o início da guerra, que se intensificou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, mais de 50.500 pessoas perderam a vida na Faixa de Gaza. A escalada de violência e a falta de ajuda humanitária têm gerado um cenário de sofrimento extremo para a população civil, que enfrenta fome, violência e a ausência de cuidados médicos essenciais.
Resumo
Israel intensificou a sua ofensiva na Faixa de Gaza, resultando em mais de 50 mortos em bombardeios recentes, incluindo 17 crianças. As autoridades hospitalares relataram que os ataques ocorreram após o anúncio da ocupação de áreas extensas de Gaza e a criação de um novo corredor de segurança, denominado corredor Morag, que visa isolar a cidade de Rafah. O Hamas rejeitou as exigências israelitas de devolução de reféns e pediu a libertação de prisioneiros palestinianos. A situação humanitária é crítica, com a interrupção do envio de alimentos e ajuda humanitária. O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou para negociações sérias e uma trégua, enquanto o Rei Abdullah II da Jordânia expressou preocupação com a deterioração da situação. Desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023, mais de 50.500 pessoas perderam a vida na Faixa de Gaza, exacerbando o sofrimento da população civil.