Sondagem revela responsabilidades na crise política em Portugal

51% dos inquiridos culpam Luís Montenegro pela crise política atual.

há 7 dias
Sondagem revela responsabilidades na crise política em Portugal

© José Coelho - Lusa

Resumo

Uma sondagem do CESOP, em colaboração com a RTP, Antena 1 e o Público, revela que 51% dos portugueses consideram Luís Montenegro, primeiro-ministro, o principal responsável pela atual crise política. A pesquisa, realizada entre 17 e 26 de março de 2025, também destaca que 69% dos inquiridos acreditam que Montenegro não esclareceu adequadamente a sua empresa familiar, a Spinumviva, e 60% opina que ele não deveria ter mantido a gestão da empresa durante o seu mandato. Quanto à solução para a crise, 47% defendem a dissolução da Assembleia da República e novas eleições, enquanto 46% preferem a demissão de Montenegro. Em contraste, uma sondagem da Pitagórica indica que 38% confiam mais no Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em comparação com apenas 21% que confiam em Montenegro. Miguel Poiares Maduro, ex-ministro, criticou Montenegro por transformar o escrutínio em ofensa, sublinhando a relevância das informações sobre a sua empresa no debate público. À medida que se aproximam as eleições legislativas de 18 de maio, a popularidade dos líderes políticos está em declínio, refletindo um cenário de tensões e incertezas.

Mais de metade dos portugueses inquiridos numa recente sondagem do CESOP - Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a RTP, Antena 1 e o Público, apontam o primeiro-ministro, Luís Montenegro, como o principal responsável pela atual crise política. A sondagem, divulgada esta semana, revela que 51% dos participantes atribuem a Montenegro a culpa pela situação política, enquanto 20% responsabilizam Pedro Nuno Santos, 5% André Ventura e 4% Marcelo Rebelo de Sousa.

A pesquisa também abordou a polémica em torno da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva. Um expressivo 69% dos inquiridos considera que o primeiro-ministro não forneceu os esclarecimentos necessários sobre a sua empresa, e 60% acredita que ele não deveria ter mantido a empresa sob a sua gestão enquanto exercia funções governamentais. A sondagem indica ainda que 57% dos participantes acham que o Governo de Montenegro errou ao apresentar a moção de confiança que culminou na queda do Executivo.

Quando questionados sobre a melhor solução para o país, as opiniões estão divididas: 47% defendem a dissolução da Assembleia da República e a convocação de novas eleições, enquanto 46% preferem a demissão de Montenegro e a nomeação de um novo primeiro-ministro do PSD. A sondagem, realizada entre 17 e 26 de março de 2025, teve uma amostra de 1206 inquiridos, com uma margem de erro de 2,8%.

Em contraste, uma sondagem da Pitagórica, divulgada pela TVI e CNN Portugal, revela que a confiança dos portugueses no Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é superior à que depositam em Luís Montenegro. De acordo com este estudo, 38% dos inquiridos confiam mais no Presidente do que no primeiro-ministro, que obteve apenas 21% de confiança. Além disso, 77% dos participantes acreditam que o Presidente deveria ser mais exigente com o Governo.

Luís Montenegro, que se apresenta como o único líder partidário a receber avaliações positivas, com 50% de avaliações favoráveis, enfrenta críticas de outros líderes, como Pedro Nuno Santos, que considera que o primeiro-ministro deveria ter suspendido a atividade da sua empresa familiar para evitar mais controvérsias. Numa entrevista, Miguel Poiares Maduro, ex-ministro do Desenvolvimento Regional, afirmou que Montenegro está a transformar o escrutínio em ofensa, sugerindo que as informações sobre a sua empresa são relevantes para o debate público.

À medida que se aproximam as eleições legislativas, marcadas para 18 de maio, a popularidade dos líderes políticos parece estar em queda. A sondagem do CESOP indica que, apesar de Luís Montenegro liderar em termos de avaliações positivas, todos os líderes políticos perderam popularidade em comparação com as sondagens anteriores. O cenário político continua a ser marcado por tensões e incertezas, com os cidadãos a aguardarem ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos nos próximos meses.