Medidas tarifárias de Trump geram reações globais e incerteza

As tarifas impostas por Trump provocam preocupações e quedas nos mercados financeiros em várias regiões do mundo.

há 7 dias
Medidas tarifárias de Trump geram reações globais e incerteza

© AFP

Resumo

As novas tarifas alfandegárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão a gerar reações globais e incerteza económica. Com taxas que variam entre 10% e 49% sobre produtos importados, a União Europeia enfrentará uma taxa de 20%, levando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a alertar para as consequências devastadoras para os cidadãos mais vulneráveis. A Comissão Europeia planeia iniciar negociações com Washington, enquanto países africanos, como o Quénia, se opõem às tarifas. A inclusão de territórios remotos nas tarifas, como as Ilhas Heard e McDonald, também gerou perplexidade, com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, a destacar a abrangência das medidas. As bolsas europeias reagiram negativamente, com quedas significativas, refletindo a incerteza gerada. Líderes de várias nações, incluindo o Reino Unido e a França, expressaram preocupações, com Macron a classificar as tarifas como uma "catástrofe" para a economia global. A escalada das tensões comerciais levanta questões sobre o futuro do comércio global e a possibilidade de uma guerra comercial em larga escala, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos.

As recentes medidas tarifárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão a provocar uma onda de reações em todo o mundo, com impactos significativos nas economias de diversos países. No que foi apelidado de "Dia da Libertação", Trump revelou a imposição de tarifas que variam entre 10% e 49% sobre produtos importados, afetando diretamente a União Europeia, que enfrentará uma taxa de 20%. Esta decisão foi recebida com preocupação por líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que alertou para as consequências devastadoras que estas tarifas poderão ter para milhões de cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.

A Comissão Europeia anunciou que iniciará negociações com Washington para discutir estas tarifas, com o comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, a afirmar que a UE atuará de forma unificada e calma, mas que não hesitará em responder caso não se chegue a um acordo justo. A situação é ainda mais complexa para países africanos, como o Quénia, que se comprometeram a defender a eliminação das tarifas de 10% impostas por Trump, enquanto outros países do continente enfrentam taxas ainda mais elevadas.

As reações não se limitaram ao continente europeu. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou a sua perplexidade face à inclusão de territórios remotos, como as Ilhas Heard e McDonald, nas novas tarifas, sublinhando que "nenhum lugar na Terra está a salvo". A pequena Ilha Norfolk, por exemplo, viu as suas tarifas aumentarem em 29%, o que gerou indignação, dado que a ilha é praticamente desabitada e não exporta produtos para os EUA.

A resposta dos mercados financeiros foi imediata, com as bolsas europeias a registarem quedas significativas, refletindo a incerteza gerada por estas novas políticas comerciais. A Bolsa de Lisboa, por exemplo, abriu com uma descida de 1,11%, enquanto as bolsas de Paris e Frankfurt também registaram perdas acentuadas. Os mercados asiáticos seguiram a tendência, com o índice Nikkei 225 a cair mais de 4% antes de recuperar ligeiramente.

Enquanto isso, líderes de várias nações, incluindo o Reino Unido e a França, manifestaram a sua preocupação com as tarifas. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o governo britânico responderá "com calma e cabeça fria", enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, descreveu as novas tarifas como uma "catástrofe" para a economia global. A Federação dos Exportadores Franceses de Vinho e Bebidas Espirituosas alertou que as exportações para os EUA poderão sofrer uma quebra significativa, com um impacto devastador no emprego e na economia do setor.

A escalada das tensões comerciais entre os EUA e seus parceiros comerciais levanta questões sobre o futuro do comércio global e a possibilidade de uma guerra comercial em larga escala. À medida que os países se preparam para responder a estas tarifas, a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos, na esperança de que as negociações possam levar a uma resolução pacífica e benéfica para todas as partes envolvidas.