Gilberto Madail, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), expressou hoje a sua indignação ao classificar de “vergonha nacional” a não eleição de Pedro Proença para o Comité Executivo da UEFA. Em declarações à agência Lusa, Madail responsabilizou diretamente o atual presidente da FPF, Fernando Gomes, acusando-o de “traição vil” ao seu sucessor.
“É uma vergonha nacional. Foi uma traição grande feita por alguém que deveria defender os interesses da FPF e do futebol português e não o fez. Antes esbanjou e deu a outros para que fossem eles os candidatos [vencedores] e nós perdêssemos um lugar de grande importância na UEFA”, criticou Madail. Proença, que ficou de fora dos sete dirigentes eleitos para o comité, obteve apenas sete votos, muito aquém dos 28 necessários, durante o 49.º Congresso da UEFA, o que significa que Portugal não estará representado no órgão executivo que supervisiona o futebol europeu.
No sábado, Fernando Gomes havia revelado ter o apoio de Madail na candidatura de Proença ao Comité Executivo da UEFA. No entanto, horas depois, o atual líder do Comité Olímpico de Portugal (COP) negou essa afirmação em uma carta enviada aos presidentes das federações de futebol europeias. “Não é uma guerra. O que houve foi uma pessoa, o senhor Fernando Gomes, que foi falsa, atraiçoou o futebol português. Quando eu saí do Comité Executivo da UEFA poderia ter emitido um parecer negativo sobre ele — e, se calhar, tinha razões para isso — e não o fiz, porque em primeiro lugar estão os interesses do futebol nacional”, reforçou Madail, que liderou a FPF entre 1996 e 2011.
Com 80 anos, Madail destacou o “impacto” negativo que a ausência de Proença no comité terá para o futebol português, que agora ficará “permanentemente ao lado das grandes tomadas de decisão” do futebol europeu, sendo relegado a uma posição menos prestigiada a nível internacional. “Fomos relegados para países como Andorra ou outros assim do fundo do ranking da UEFA. Com esta traição cometida pelo senhor Gomes, que deveria ser demitido, ficamos numa situação de grande inferioridade”, lamentou.
O ex-dirigente recomendou a Proença uma “boa gestão” à frente da FPF, apelando à união dos agentes do futebol nacional para tentar mitigar o impacto desta situação. Madail defendeu ainda que Fernando Gomes “devia ter um castigo” pela sua contribuição para o desfecho negativo da candidatura de Proença. Desde a mudança de funções de ambos em março, a relação entre Proença, antigo presidente da Liga de Futebol, e Gomes não tem demonstrado cooperação pessoal ou institucional.
Resumo
Gilberto Madail, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), criticou a não eleição de Pedro Proença para o Comité Executivo da UEFA, considerando-a uma "vergonha nacional" e uma "traição vil" por parte do atual presidente da FPF, Fernando Gomes. Madail afirmou que Gomes não defendeu os interesses do futebol português, permitindo que outros candidatos fossem eleitos em detrimento de Proença, que obteve apenas sete votos, insuficientes para a sua eleição. A ausência de Proença no comité é vista como um retrocesso para Portugal, relegando o país a uma posição inferior nas decisões do futebol europeu. Madail, que liderou a FPF entre 1996 e 2011, lamentou as consequências negativas desta situação e sugeriu que Gomes deveria ser responsabilizado. Ele apelou à união dos agentes do futebol nacional para enfrentar este desafio e desejou a Proença uma boa gestão na FPF.