O médico e ex-ministro da Saúde, Paulo Mendo, faleceu esta madrugada, aos 92 anos, no Hospital de Santo António, no Porto. A notícia foi confirmada pelo diretor clínico da unidade hospitalar, José Barros, que expressou a sua tristeza pela perda de uma figura tão influente na saúde em Portugal. Nascido em Lisboa a 3 de outubro de 1932, Mendo teve uma carreira notável, marcada por importantes contribuições tanto na medicina como na política.
Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Mendo começou a sua trajetória profissional no recém-inaugurado Hospital Escolar de São João. Fascinado pela neurociência, ele se destacou na área de Neurorradiologia, fundando a especialidade em Portugal e contribuindo para o seu reconhecimento internacional. Durante a sua carreira, Mendo também se envolveu em atividades políticas, tendo sido secretário de Estado da Saúde em dois governos e, posteriormente, ministro da Saúde entre 1993 e 1995.
A Ordem dos Médicos (OM) emitiu uma nota de pesar, destacando o papel fundamental de Mendo na evolução da formação médica em Portugal. A OM recordou que, enquanto ministro, ele implementou a titulação única para a obtenção do título de especialista, uma medida que eliminou a fragmentação da qualificação médica existente na época. Além disso, Mendo foi responsável pela fundação do primeiro serviço português de neurorradiologia no Hospital de Santo António, um marco significativo na história da medicina em Portugal.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também prestou homenagem ao ex-ministro, expressando as suas condolências à família e amigos de Mendo. Em uma publicação nas redes sociais, Montenegro elogiou a dedicação de Mendo à saúde pública e ao bem-estar dos cidadãos, afirmando que ele foi um exemplo a seguir.
Mendo teve uma vida marcada por desafios, incluindo a sua prisão pela PIDE durante o regime do Estado Novo, devido à sua ligação a movimentos académicos e políticos. Após a Revolução dos Cravos, ele regressou a Portugal e continuou a sua carreira no Hospital de Santo António, onde se tornou uma referência na área da saúde.
Ao longo da sua vida, Paulo Mendo não apenas deixou uma marca indelével na medicina, mas também se destacou como um político republicano e laico, transitando por várias correntes ideológicas, desde o marxismo até à social-democracia. A sua contribuição para a saúde em Portugal será lembrada por muitos, e o seu legado perdurará nas gerações futuras de médicos e profissionais de saúde.
Resumo
Paulo Mendo, ex-ministro da Saúde e neurocirurgião, faleceu aos 92 anos no Hospital de Santo António, no Porto. Nascido em Lisboa a 3 de outubro de 1932, Mendo teve uma carreira notável, destacando-se na área de Neurorradiologia, onde fundou a especialidade em Portugal. Como secretário de Estado da Saúde e ministro da Saúde entre 1993 e 1995, implementou a titulação única para especialistas, promovendo a formação médica no país. A Ordem dos Médicos expressou pesar pela sua morte, reconhecendo a sua influência na evolução da medicina em Portugal. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também prestou homenagem, elogiando a dedicação de Mendo à saúde pública. Além de sua carreira médica, Mendo enfrentou desafios políticos, incluindo a prisão pela PIDE durante o Estado Novo. O seu legado perdurará nas futuras gerações de profissionais de saúde.