O mais recente ranking das escolas em Portugal revela um panorama educativo em evolução, com um aumento nas médias de desempenho dos alunos, especialmente nas instituições do norte do país. Os colégios privados continuam a dominar as primeiras posições, enquanto as escolas públicas demonstram um progresso notável em comparação ao ano anterior, com a primeira escola pública a surgir na 26.ª posição.
O colégio Nossa Senhora do Rosário, localizado no Porto, destaca-se ao alcançar a primeira posição com uma média de 16,4 valores, uma melhoria significativa em relação ao ano passado. O Grande Colégio Universal, também no Porto, ascendeu ao segundo lugar, enquanto o Efanor, apesar de ter melhorado a média, caiu para a terceira posição. Outras instituições notáveis incluem o Dom Diogo de Sousa, em Braga, e os Salesianos, em Lisboa, que subiram para o quinto lugar.
No que diz respeito às escolas públicas, a análise revela uma subida de 18 lugares nas classificações, com a Escola Artística Soares dos Reis, no Porto, a liderar com uma média de 14,24 valores. A Doutor Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis, e a Tomaz Palayo, em Santo Tirso, seguem na lista das melhores, evidenciando o destaque do norte do país.
Um aspecto importante a considerar é o critério de equidade, que avalia a percentagem de alunos com apoio de Ação Social Escolar que completaram os cursos dentro do tempo esperado. A Escola Secundária de Monção e a Dom Afonso Henriques, em Santo Tirso, destacam-se neste indicador, mostrando que a equidade no acesso à educação é um tema relevante no debate educativo.
A publicação do ranking suscita sempre discussões sobre a sua relevância e impacto nas escolas. João Costa, ex-ministro da Educação, critica a forma como o ranking é apresentado, considerando-o um "grande equívoco" que não reflete a verdadeira qualidade das instituições. Por outro lado, João Marôco, professor universitário, sublinha que a diferença nas classificações entre escolas públicas e privadas tem vindo a aumentar ao longo dos anos.
Além disso, a análise dos resultados dos exames nacionais de 2024 indica que os alunos dos colégios privados continuam a obter melhores resultados em comparação com os das escolas públicas. A média nacional dos exames do secundário manteve-se praticamente inalterada, mas o número de escolas públicas com média negativa duplicou, refletindo desafios persistentes no sistema educativo.
As condições socioeconómicas continuam a influenciar o desempenho académico, com alunos de famílias carenciadas a enfrentarem maiores dificuldades. Contudo, algumas escolas têm conseguido contrariar essa tendência, demonstrando que é possível alcançar resultados positivos mesmo em contextos desfavoráveis.
Por fim, a Escola Básica e Secundária Ferreira da Silva, que obteve a melhor média entre as escolas públicas, implementou recentemente uma proibição do uso de telemóveis, uma medida que, segundo o diretor, tem promovido uma maior interação entre os alunos e um ambiente escolar mais dinâmico. A experiência tem sido positiva, com os alunos a adaptarem-se rapidamente à nova realidade, reforçando a importância do convívio face a face.
O ranking das escolas, disponível para consulta, continua a ser uma ferramenta de análise e reflexão sobre o estado da educação em Portugal, revelando tanto os sucessos como os desafios que ainda persistem.
Resumo
O ranking mais recente das escolas públicas em Portugal revela um panorama educativo em evolução, com um aumento nas médias de desempenho dos alunos, especialmente nas instituições do norte do país. O colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, lidera com uma média de 16,4 valores, seguido pelo Grande Colégio Universal e Efanor. As escolas públicas também mostram progresso, com a Escola Artística Soares dos Reis a destacar-se na 26.ª posição, apresentando uma média de 14,24 valores. A análise inclui um critério de equidade, onde a Escola Secundária de Monção se destaca. A publicação do ranking gera debates sobre a sua relevância, com críticas de João Costa, ex-ministro da Educação, e observações de João Marôco sobre a crescente diferença entre escolas públicas e privadas. Os resultados dos exames nacionais de 2024 indicam que alunos de colégios privados continuam a ter melhor desempenho, enquanto as condições socioeconómicas influenciam o sucesso académico. A Escola Básica e Secundária Ferreira da Silva implementou uma proibição de telemóveis, promovendo um ambiente escolar mais dinâmico. O ranking continua a ser uma ferramenta importante para analisar o estado da educação em Portugal.