Reactor de fusão nuclear na China atinge 117 milhões de graus

O HL-3 alcançou temperaturas extremas, avançando na pesquisa de fusão nuclear.

há 6 dias
Reactor de fusão nuclear na China atinge 117 milhões de graus

© Zhang Xiuke/VCG via Getty Images

Resumo

Um reator experimental de fusão nuclear na China, o HL-3, alcançou um marco significativo ao atingir temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius simultaneamente em iões e eletrões, conforme noticiado pelo South China Morning Post. Este feito, ocorrido em março, representa um avanço crucial na pesquisa sobre fusão nuclear, que simula as reações do Sol. O HL-3 atingiu 117 milhões de graus Celsius para eletrões, um parâmetro vital para uma reação de fusão nuclear estável, unindo isótopos de hidrogénio para formar hélio e liberar energia. Zhong Wulu, responsável pelo projeto, destacou que a experiência alcançou "o dobro dos 100 milhões de graus". O reator, operado pelo Instituto de Física do Sudoeste, está ligado ao projeto do Reactor Termonuclear Experimental Internacional (ITER) na França. Diferente de outros reatores, o HL-3 focou em temperaturas extremas em ambos os componentes do plasma, essenciais para futuros reatores de energia contínua. Os investigadores utilizaram feixes de partículas de alta energia e geradores de micro-ondas para aquecer o plasma, melhorando a estabilidade e o desempenho do reator, destacando o potencial da fusão nuclear como uma alternativa energética viável e posicionando a China na vanguarda da pesquisa nesta área.

Um reator experimental de fusão nuclear na China alcançou um marco significativo ao atingir temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius (ºC) simultaneamente em iões e eletrões, conforme noticiado pelo South China Morning Post. Este feito, que ocorreu em março no HL-3, um reator do tipo 'tokamak' localizado em Chengdu, na província de Sichuan, representa um avanço crucial na pesquisa sobre fusão nuclear, um processo que simula as reações que ocorrem no interior do Sol.

O HL-3 conseguiu alcançar a impressionante temperatura de 117 milhões de graus Celsius para eletrões, um parâmetro vital para a criação de condições que permitam uma reação de fusão nuclear estável. Este processo, que envolve a união de dois isótopos de hidrogénio — o deutério e o trítio — para formar hélio e liberar uma quantidade significativa de energia, é visto como uma solução promissora para a produção de eletricidade de forma segura, limpa e inesgotável.

Zhong Wulu, o principal responsável pela conceção do HL-3, comentou que a experiência atingiu o que é conhecido como "o dobro dos 100 milhões de graus". O reator é operado pelo Instituto de Física do Sudoeste, que faz parte da Companhia Nacional de Energia Nuclear da China, e está intimamente ligado aos projetos do Reactor Termonuclear Experimental Internacional (ITER), atualmente em construção na França.

Diferentemente de outras realizações recentes na área da fusão nuclear, como o reator EAST, que alcançou 160 milhões de graus em eletrões em 2021, ou o reator WEST na França, que manteve plasma estável por mais de 22 minutos, o HL-3 focou-se em atingir temperaturas extremas em ambos os componentes principais do plasma — iões e eletrões — simultaneamente. Este tipo de condições é considerado essencial para o desenvolvimento de futuros reatores que possam gerar energia de forma contínua e eficiente.

Os investigadores do HL-3 utilizaram feixes de partículas de alta energia e geradores de micro-ondas para aquecer o plasma, além de sistemas de controlo desenvolvidos localmente que melhoraram a estabilidade e o desempenho do reator. Este avanço não só destaca o potencial da fusão nuclear como uma alternativa energética viável, mas também posiciona a China na vanguarda da pesquisa nesta área crítica para o futuro energético global.