A incerteza económica global, exacerbada pelas políticas de Donald Trump, está a gerar preocupações sobre a coesão da NATO. Durante uma reunião recente dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, reiterou a exigência de que os aliados aumentem os seus gastos em defesa para cinco por cento dos seus orçamentos, uma proposta que tem suscitado debates acesos entre os países membros.
Rubio, que se encontrou em Bruxelas com o seu homólogo dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, sublinhou a “relação forte” entre os Estados Unidos e a Dinamarca, ao mesmo tempo que procurou acalmar os ânimos em torno da ideia de que os EUA poderiam abandonar a Europa. “O Presidente Trump foi claro no apoio à NATO. Nós vamos permanecer na NATO”, afirmou Rubio, desqualificando como “histeria” a noção de uma eventual retirada americana da Aliança.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também expressou confiança no compromisso dos EUA com a organização, prevendo que a presença de Rubio na reunião ministerial servirá para reafirmar esse laço. Os ministros presentes na cimeira discutiram, entre outros tópicos, a situação na Ucrânia, onde a NATO tem procurado apoiar os esforços de Trump nas negociações com Moscovo.
Entretanto, diplomatas da NATO revelaram à Euronews que os aliados estão a preparar-se para uma possível redução da presença militar dos EUA na Europa. Essa mudança, segundo os especialistas, é vista como crucial para garantir que os Estados Unidos permaneçam comprometidos com a defesa do continente. O secretário de Estado dos EUA está a participar na sua primeira reunião ministerial da NATO, onde se espera que reforce a necessidade de os países europeus assumirem uma maior responsabilidade pela sua própria defesa.
A mensagem de Rubio será clara: os europeus devem aumentar os seus investimentos em defesa convencional, permitindo que os EUA possam redirecionar recursos para outras áreas. Atualmente, cerca de 100.000 soldados norte-americanos estão estacionados na Europa, mas há preocupações de que esse número possa ser reduzido entre 20.000 e 50.000. Embora não tenha havido um anúncio formal sobre essa possível redução, o secretário da Defesa, Petr Hegseth, já alertou que a presença militar dos EUA não pode ser considerada garantida a longo prazo.
Os aliados da NATO estão cientes de que uma retirada significativa das tropas americanas teria um impacto profundo na segurança europeia. Contudo, muitos expressam a necessidade de serem informados diretamente sobre quaisquer mudanças, em vez de dependerem de notícias veiculadas pela imprensa. Um diplomata europeu destacou que seria “difícil de digerir” se uma retirada fosse anunciada como resultado de negociações com a Rússia, enfatizando a importância de um processo claro e ordenado.
Apesar das tensões recentes entre a administração Trump e a Europa, os aliados da NATO continuam a considerar a presença e o compromisso dos EUA como essenciais para a dissuasão e segurança da Aliança. A discussão sobre o aumento dos gastos em defesa, que atualmente se situam em 2% do PIB, para os 5% exigidos por Trump, representa um desafio significativo para países como a Espanha, a Itália e a Bélgica, que ainda não atingiram os níveis desejados.
O secretário-geral da NATO concluiu que é imperativo que a Europa avalie as suas capacidades de defesa e identifique as lacunas existentes, sublinhando a necessidade de investimentos em capacidades de longo alcance e defesa aérea. A pressão para que os aliados aumentem os seus gastos em defesa é uma questão que continuará a dominar as discussões na Aliança, à medida que se busca garantir a segurança e a estabilidade na região.
Resumo
Durante uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Bruxelas, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a Aliança Atlântica, enfatizando a necessidade de os aliados aumentarem os seus gastos em defesa para cinco por cento dos seus orçamentos. Rubio desqualificou a ideia de uma possível retirada americana da NATO como "histeria" e destacou a forte relação entre os EUA e a Dinamarca. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também expressou confiança no compromisso dos EUA, enquanto diplomatas revelaram que os aliados estão a preparar-se para uma possível redução da presença militar americana na Europa. A discussão sobre o aumento dos gastos em defesa, atualmente em 2% do PIB, representa um desafio para países como Espanha, Itália e Bélgica. A necessidade de investimentos em capacidades de defesa e a avaliação das lacunas existentes foram sublinhadas como imperativas para garantir a segurança na região.