Detenção de Leonel Moreno na Venezuela após repatriação dos EUA

Leonel Moreno, figura pública venezuelana, foi detido após ser expulso dos EUA por incitação a comportamentos ilícitos.

há 6 dias
Detenção de Leonel Moreno na Venezuela após repatriação dos EUA

© REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

Resumo

Leonel Moreno, uma figura pública venezuelana conhecida como "Leito Oficial", foi detido na Venezuela após ser expulso dos Estados Unidos, conforme anunciado pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello. Moreno, que contava com uma significativa audiência nas redes sociais, foi acusado de promover comportamentos ilícitos, incluindo a sugestão de ocupação de propriedades nos EUA e incitação ao roubo em supermercados. Sua detenção ocorreu após sua repatriação, parte de um grupo de migrantes deportados pelos serviços de imigração norte-americanos em março de 2024. Cabello afirmou que Moreno realizava uma campanha prejudicial à imagem dos venezuelanos e que havia várias queixas de compatriotas ofendidos por suas ações. A repatriação de venezuelanos tem sido uma prática recorrente, com 1.610 repatriados desde o início do ano, parte do programa "Plan Vuelta a la Patria". Cabello também pediu ao governo de El Salvador a devolução de 255 venezuelanos deportados, negando que os repatriados estivessem ligados a grupos criminosos. A situação dos migrantes venezuelanos é delicada, especialmente após a revogação do estatuto de proteção temporária que beneficiava cerca de 600.000 venezuelanos nos EUA, resultando na saída de mais de 7,8 milhões de pessoas do país, segundo dados da ONU.

A figura pública venezuelana Leonel Moreno, conhecido como "Leito Oficial", foi detida na Venezuela após ter sido expulso dos Estados Unidos, conforme anunciou o ministro do Interior, Diosdado Cabello. Moreno, que acumulava uma considerável audiência nas redes sociais, com 20 mil seguidores no Instagram e 30 mil no TikTok, era notório por promover comportamentos ilícitos, como a sugestão de ocupação de propriedades nos EUA e a incitação ao roubo em supermercados.

A detenção de Moreno ocorreu após sua repatriação, que fez parte de um grupo de migrantes deportados pelos serviços de imigração norte-americanos (ICE) em março de 2024. Cabello, que se encontrava no aeroporto de Maiquetia à espera da chegada de um voo de repatriamento, afirmou que "está provado, é público e notório" que Moreno realizava uma campanha prejudicial à imagem dos venezuelanos. O ministro destacou que existem "várias queixas" de compatriotas que se sentiram ofendidos pela postura de Moreno.

A repatriação de venezuelanos tem sido uma prática recorrente, e recentemente, a Venezuela recebeu mais 313 cidadãos em um voo da estatal Conviasa proveniente do México, elevando o total de repatriados para 1.610 desde o início do ano. Este processo é parte do programa "Plan Vuelta a la Patria", que visa reintegrar os venezuelanos que deixaram o país em busca de melhores condições de vida. Entre os repatriados, estavam 151 crianças e 16 mulheres grávidas, conforme relatado por Cabello.

O ministro também fez um apelo ao governo de El Salvador, liderado por Nayib Bukele, para que devolvesse 255 venezuelanos que foram deportados para o país e enviados para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot). Cabello argumentou que esses indivíduos "estão sequestrados arbitrariamente" e que, se cometeram crimes nos EUA, devem ser julgados pelo sistema judicial norte-americano.

Além disso, o ministro negou as alegações de que os repatriados estivessem ligados a grupos criminosos, como o Tren de Aragua, que tem sido alvo de atenção internacional. Recentemente, o presidente Bukele anunciou a chegada de membros desse grupo e da gangue Mara Salvatrucha (MS-13) ao Cecot, em um acordo com o governo dos EUA.

A situação dos migrantes venezuelanos continua a ser uma questão delicada, especialmente após a revogação do estatuto de proteção temporária que beneficiava cerca de 600.000 venezuelanos nos Estados Unidos, uma decisão tomada pelo presidente Donald Trump no início de 2023. Desde então, mais de 7,8 milhões de venezuelanos deixaram o país, em busca de segurança e melhores oportunidades, segundo dados das Nações Unidas.