Alemanha moderniza defesa com aquisição de drones kamikaze

A Bundeswehr irá integrar drones kamikaze na sua estratégia de defesa.

há 6 dias
Alemanha moderniza defesa com aquisição de drones kamikaze

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Resumo

A Alemanha anunciou uma alteração significativa na sua política de defesa ao decidir equipar a Bundeswehr com 'drones kamikaze', uma tecnologia que se destacou na guerra na Ucrânia. O Ministério da Defesa assinou contratos para a entrega destes drones, que se autodestruírem ao atingir os alvos, também conhecidos como "munição de espera". O porta-voz Mitko Müller enfatizou que a decisão de uso das armas cabe sempre ao ser humano, visando tranquilizar sobre a autonomia dos sistemas. As startups alemãs Helsing e Stark estão envolvidas na produção dos drones, numa mudança de postura da Alemanha, que tradicionalmente era cautelosa em relação ao armamento ofensivo. Esta decisão surge após a entrega de drones à Ucrânia, com o objetivo de atacar alvos a 30 a 40 quilómetros dentro do território russo. A introdução de drones armados na Bundeswehr representa uma mudança significativa para um país que, desde a Segunda Guerra Mundial, manteve uma posição pacifista em relação ao uso de armamento ofensivo, refletindo a nova realidade geopolítica e a necessidade de adaptação às ameaças contemporâneas. Atualmente, a Bundeswehr já utiliza drones de reconhecimento, como os "Heron", de fabrico israelita.

A Alemanha anunciou hoje uma mudança significativa na sua política de defesa ao decidir equipar as suas Forças Armadas, conhecidas como Bundeswehr, com 'drones kamikaze'. Esta nova forma de armamento, que se destacou na guerra na Ucrânia, representa um passo importante na modernização do exército alemão, que tem vindo a ser acelerada desde a invasão russa em fevereiro de 2022.

O Ministério da Defesa alemão revelou que foram assinados dois contratos para a entrega destes drones, que são projetados para se autodestruírem ao atingir os seus alvos, sendo também referidos como "munição de espera". O porta-voz do ministério, Mitko Müller, destacou que as primeiras unidades serão utilizadas em testes práticos, com o intuito de formar os militares e integrar este sistema no arsenal da Bundeswehr. Müller sublinhou que "está claro que é o ser humano quem decide se as armas são ou não utilizadas", numa tentativa de acalmar as preocupações sobre a autonomia destes sistemas.

As empresas envolvidas na produção dos drones são a Helsing e a Stark, ambas startups alemãs especializadas em inteligência artificial aplicada à defesa. Este desenvolvimento surge num contexto em que a Alemanha, tradicionalmente cautelosa em relação ao armamento ofensivo, tem vindo a rever a sua postura devido ao impacto da guerra na Ucrânia. Em novembro passado, o ministro da Defesa, Boris Pistorius, já havia anunciado a entrega de quatro mil drones da Helsing à Ucrânia, que têm como objetivo atuar em operações a uma distância de 30 a 40 quilómetros dentro do território russo, visando atacar postos de combate e infraestruturas logísticas.

A introdução de drones armados na Bundeswehr marca uma mudança significativa numa nação que, desde os horrores do nazismo, tem mantido uma posição pacifista em relação ao uso de armamento ofensivo. A decisão de modernizar o exército e de adotar tecnologias avançadas reflete uma nova realidade geopolítica e a necessidade de adaptação às ameaças contemporâneas. Atualmente, a Bundeswehr já utiliza drones de reconhecimento, como os "Heron", de fabrico israelita, que desempenham um papel crucial nas operações de apoio às tropas no terreno.