O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta sexta-feira que a China está "em pânico" após o anúncio de novas tarifas que o seu governo impôs às importações chinesas. A resposta de Pequim não tardou a chegar, com o governo chinês a anunciar uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA, a entrar em vigor a partir de 10 de abril. Esta medida surge como uma retaliação direta às tarifas impostas por Trump, que já incluíam uma taxa de 20% sobre as importações da China.
A escalada das tensões comerciais entre as duas potências tem gerado preocupações significativas nos mercados financeiros globais. As bolsas europeias, por exemplo, têm registado quedas acentuadas, com a Bolsa de Frankfurt a descer 3,79% e a de Milão a cair 5,81%. O impacto das tarifas também se fez sentir no preço do petróleo Brent, que caiu 7,63%, refletindo o receio de uma recessão global provocada pela guerra comercial.
A África do Sul, que se vê afetada por tarifas de 30% impostas pelos EUA, apelou à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), enfatizando a necessidade de um sistema de comércio multilateral que respeite as regras globais. O ministro do Comércio sul-africano, Parks Tau, destacou que as novas tarifas prejudicam acordos comerciais existentes, como a Lei sobre o Crescimento e as Oportunidades para África (AGOA), que oferece acesso preferencial ao mercado dos EUA para vários países africanos.
Enquanto isso, Trump continua a defender a sua política tarifária, afirmando que estas medidas são necessárias para corrigir o que considera serem práticas comerciais desleais por parte de outros países. Em uma mensagem na rede Truth Social, Trump afirmou que a China "jogou mal a sua cartada" e que a resposta de Pequim demonstra fraqueza. No entanto, analistas económicos alertam que a estratégia tarifária pode levar a um aumento da inflação e a uma desaceleração do crescimento económico nos EUA.
A situação é ainda mais complicada pela incerteza que paira sobre o futuro das relações comerciais entre os EUA e a China. A China não só anunciou as novas tarifas, como também impôs restrições à exportação de terras raras, materiais essenciais para a produção de tecnologia avançada. Além disso, Pequim apresentou uma queixa na OMC, argumentando que as tarifas dos EUA violam as regras do comércio internacional.
Com a economia global a ser afetada por esta guerra comercial, a comunidade internacional observa atentamente as próximas etapas. A resposta dos mercados e a reação de outros países às tarifas de Trump poderão moldar o futuro das relações comerciais e económicas em um mundo cada vez mais interconectado.
Resumo
O governo chinês anunciou a imposição de uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA, a vigorar a partir de 10 de abril, em resposta às tarifas de 20% impostas pelo presidente Donald Trump. Esta escalada nas tensões comerciais entre as duas potências está a provocar quedas significativas nas bolsas europeias e uma descida no preço do petróleo Brent, refletindo o receio de uma recessão global. A África do Sul, afetada por tarifas de 30% dos EUA, apelou à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) para um sistema comercial mais justo. Trump defende a sua política tarifária como necessária para corrigir práticas comerciais desleais, embora analistas alertem para potenciais aumentos da inflação e desaceleração económica nos EUA. A China também impôs restrições à exportação de terras raras e apresentou uma queixa na OMC, complicando ainda mais as relações comerciais entre os dois países. A comunidade internacional observa atentamente as consequências desta guerra comercial e as reações dos mercados.