O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou, na passada sexta-feira, a destituição do presidente Yoon Suk-yeol, uma decisão que marca um ponto de viragem significativo na turbulenta história política do país. A confirmação da destituição foi unânime, com os juízes a considerarem que Yoon ultrapassou os limites da Constituição ao declarar a lei marcial em dezembro do ano passado. O tribunal afirmou que o ex-presidente não apenas declarou a lei marcial, mas também mobilizou forças militares e policiais para obstruir a Assembleia Nacional, violando assim a lei e a Constituição.
A decisão foi anunciada em um evento transmitido ao vivo, com a presença de um público entusiástico que celebrou a queda do líder, que havia mergulhado o país em um caos político. A lei marcial, que durou apenas seis horas, foi imposta em resposta a uma alegada ameaça interna, mas foi amplamente criticada, até mesmo por membros do partido de Yoon. A Assembleia Nacional havia destituído Yoon a 14 de dezembro, apenas 11 dias após a declaração da lei marcial, levando a uma invasão sem precedentes do parlamento por parte do exército.
Com a destituição confirmada, a Coreia do Sul agora se prepara para eleições presidenciais antecipadas que devem ocorrer nos próximos 60 dias. O líder da oposição, Lee Jae-myung, que foi absolvido recentemente em um caso que poderia ter comprometido sua elegibilidade política, é considerado o favorito para suceder Yoon. A polarização em torno do caso tem sido intensa, com milhares de pessoas participando em manifestações tanto a favor quanto contra o ex-presidente.
Após a decisão do tribunal, Yoon pediu desculpas ao público, expressando seu pesar por não ter correspondido às expectativas dos seus apoiantes. Ele agradeceu a todos que o apoiaram, apesar das suas falhas. O partido de Yoon, o Partido do Poder Popular, também aceitou a decisão do tribunal, reconhecendo a gravidade da situação e pedindo desculpas ao povo sul-coreano.
A situação política permanece tensa, com a polícia em estado de alerta máximo devido a preocupações sobre possíveis protestos violentos. Em janeiro, apoiantes de Yoon já haviam invadido um tribunal em protesto contra a sua detenção, que ocorreu no âmbito de uma investigação criminal separada, onde enfrenta acusações de insurreição, um crime pelo qual não possui imunidade.
O atual presidente interino, Han Duck-soo, comprometeu-se a garantir a segurança nacional e a ordem pública até que um novo líder seja eleito. Ele afirmou que fará tudo ao seu alcance para assegurar uma transição suave para a próxima administração, respeitando a vontade do povo. Enquanto isso, a Coreia do Sul observa atentamente os desdobramentos políticos, à medida que se aproxima de um novo capítulo em sua história democrática.
Resumo
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou a destituição do presidente Yoon Suk-yeol, uma decisão unânime que reflete a violação da Constituição ao declarar a lei marcial em dezembro. O tribunal considerou que Yoon ultrapassou os limites legais ao mobilizar forças militares e policiais para obstruir a Assembleia Nacional. A lei marcial, imposta por apenas seis horas, foi criticada por muitos, incluindo membros do seu próprio partido. Com a destituição, o país prepara-se para eleições presidenciais antecipadas em 60 dias, com Lee Jae-myung, líder da oposição, como favorito. Após a decisão, Yoon pediu desculpas ao público e o seu partido reconheceu a gravidade da situação. A polícia está em alerta máximo devido a possíveis protestos, enquanto o presidente interino, Han Duck-soo, assegura a segurança nacional até a eleição de um novo líder. A Coreia do Sul enfrenta um momento crítico em sua história política, com a população atenta aos desdobramentos.