Em 2024, a saúde mental da população portuguesa revelou-se uma preocupação crescente, com quase um terço dos cidadãos com 16 anos ou mais a apresentar sintomas de ansiedade generalizada, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este estudo, que coincide com o Dia Mundial da Saúde, celebrado a 7 de abril, destaca que 10% da população relatou sintomas graves, como ataques de pânico ou palpitações.
Os números indicam que a condição de ansiedade é mais prevalente entre as mulheres, com 38,2% a reportar sintomas, em comparação com 24,7% dos homens. A disparidade torna-se ainda mais acentuada quando se analisam os casos mais severos, onde 14,1% das mulheres e 6,2% dos homens se encontram afetados. Apesar de um ligeiro decréscimo na prevalência dos sintomas em relação ao ano anterior, especialmente entre os homens e na população com 65 anos ou mais, a ansiedade continua a ser uma questão significativa.
A análise por nível de escolaridade revela que a ansiedade generalizada afeta mais aqueles sem qualquer formação académica, com 50,2% a relatar sintomas, em contraste com 26,5% entre os que possuem ensino superior. Além disso, a situação laboral também influencia a saúde mental, com 28,4% da população empregada a apresentar transtornos de ansiedade, em comparação com 41,9% entre os desempregados.
Por outro lado, a satisfação com a vida parece ter melhorado, com uma média de 7,3 numa escala de 0 a 10, ligeiramente superior à do ano anterior. Os dados mostram que a população com menos de 65 anos, os homens e aqueles com ensino superior tendem a avaliar a sua vida de forma mais positiva.
Em termos de saúde física, mais de metade da população (53,6%) avaliou o seu estado de saúde como "muito bom ou bom", o valor mais elevado dos últimos 20 anos. A percentagem de pessoas que avaliou negativamente a sua saúde foi de apenas 12%, a mais baixa desde o início da série. A região da Grande Lisboa destacou-se com a maior proporção de cidadãos a relatar uma perceção positiva da sua saúde, enquanto a região Centro apresentou os números mais baixos.
A prevalência de doenças crónicas também foi analisada, com 42,3% da população a reportar problemas de saúde prolongados, sendo esta condição mais comum entre as mulheres e a população idosa. Em 2024, 28,7% da população sentiu-se limitada na realização de atividades habituais devido a problemas de saúde, com 5,5% a relatar limitações severas.
Estes dados sublinham a importância de abordar tanto a saúde mental quanto a saúde física na sociedade portuguesa, refletindo a necessidade de políticas públicas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida da população.
Resumo
Em 2024, a saúde mental da população portuguesa tornou-se uma preocupação crescente, com quase um terço dos cidadãos com 16 anos ou mais a apresentar sintomas de ansiedade generalizada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O estudo, que coincide com o Dia Mundial da Saúde, revela que 10% da população relatou sintomas graves, como ataques de pânico. A condição é mais prevalente entre as mulheres (38,2%) do que entre os homens (24,7%), com uma disparidade acentuada nos casos severos. Apesar de um ligeiro decréscimo na prevalência em relação ao ano anterior, a ansiedade continua a ser uma questão significativa, especialmente entre aqueles sem formação académica e os desempregados. A satisfação com a vida melhorou, com uma média de 7,3 numa escala de 0 a 10, e mais de metade da população avaliou a sua saúde como "muito boa ou boa". A prevalência de doenças crónicas também foi analisada, com 42,3% da população a reportar problemas de saúde prolongados, destacando a necessidade de políticas públicas que promovam o bem-estar e a qualidade de vida.