O ex-arcebispo de Washington, Theodore McCarrick, faleceu na passada sexta-feira, aos 94 anos, conforme anunciado pelo atual arcebispo, Robert McElroy. McCarrick, que foi destituído do seu cargo pelo Papa Francisco em 2019, tornou-se uma figura controversa na Igreja Católica, após ser acusado de abusos sexuais que remontam a várias décadas. A sua morte marca o fim de uma era marcada por escândalos que abalaram a confiança na hierarquia da Igreja.
A destituição de McCarrick foi uma sanção quase sem precedentes na história da Igreja, refletindo a gravidade das acusações que pesavam sobre ele. Em 2018, uma investigação interna do Vaticano concluiu que McCarrick era culpado de ter molestado sexualmente pelo menos uma adolescente de 16 anos em 1974, além de ter se envolvido em comportamentos impróprios com seminaristas adultos. Desde então, a sua reputação foi irremediavelmente manchada, levando a um afastamento definitivo do clero.
Em 2023, um tribunal norte-americano decidiu que McCarrick não estava em condições de ser julgado devido a problemas de saúde mental, especificamente demência, que foram confirmados por especialistas. As acusações de abuso sexual de um adolescente em Massachusetts foram consideradas improcedentes, e o ex-arcebispo enfrentou também outras alegações de agressão sexual que datavam de há mais de 45 anos. Os advogados de McCarrick argumentaram que ele tinha uma "compreensão limitada" do processo judicial, o que complicou ainda mais a situação.
O relatório do Vaticano sobre McCarrick não apenas expôs as suas ações, mas também lançou luz sobre as falhas de liderança dentro da Igreja, incluindo a responsabilidade do Papa João Paulo II, que o nomeou arcebispo de Washington em 2000, apesar de já existirem alegações sobre o seu comportamento. O documento revelou que João Paulo II havia solicitado um inquérito que concluiu que McCarrick tinha dormido com seminaristas, mas acabou por ignorar essas preocupações.
A luta contra a violência sexual na Igreja Católica continua a ser uma prioridade para o Papa Francisco, que tem promovido uma política de "tolerância zero" em relação a abusos. O pontífice reconhece que a Igreja deve "fazer mais" para enfrentar este flagelo, que tem manchado a imagem da instituição ao longo dos anos. A morte de McCarrick não apenas encerra a sua história pessoal, mas também serve como um lembrete da necessidade urgente de reforma e responsabilidade dentro da Igreja.
Resumo
O ex-arcebispo de Washington, Theodore McCarrick, faleceu aos 94 anos, conforme anunciado pelo atual arcebispo, Robert McElroy. McCarrick, destituído pelo Papa Francisco em 2019 devido a acusações de abusos sexuais, tornou-se uma figura controversa na Igreja Católica. A sua destituição foi uma sanção quase sem precedentes, refletindo a gravidade das acusações, incluindo a molestação de uma adolescente em 1974 e comportamentos impróprios com seminaristas. Em 2023, um tribunal norte-americano decidiu que McCarrick não estava em condições de ser julgado devido a problemas de saúde mental, levando à improcedência de algumas acusações. O relatório do Vaticano sobre McCarrick expôs não apenas as suas ações, mas também falhas de liderança dentro da Igreja, incluindo a responsabilidade do Papa João Paulo II. A luta contra a violência sexual na Igreja Católica continua a ser uma prioridade para o Papa Francisco, que defende uma política de "tolerância zero" em relação a abusos. A morte de McCarrick destaca a necessidade urgente de reforma e responsabilidade na instituição.