O diretor do Shin Bet, os serviços secretos internos de Israel, fez uma revelação impactante ao Supremo Tribunal de Israel, afirmando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lhe solicitou que elaborasse um parecer para espaçar as suas comparências no tribunal, onde está a ser julgado por corrupção. Ronen Bar, em uma carta divulgada pela procuradora-geral Gali Baharav-Miara, detalhou que, durante o mês de novembro de 2024, Netanyahu pediu repetidamente que ele emitisse um parecer de segurança, alegando que as condições no país não permitiam a continuidade do seu depoimento no processo penal.
Em resposta a essas alegações, Netanyahu, que se encontrava em visita oficial à Hungria, desmentiu as acusações, classificando-as como uma "teia de mentiras". O primeiro-ministro afirmou que a conversa com Bar se concentrou em como facilitar o seu testemunho em tribunal, considerando as ameaças de mísseis contra Israel e a sua segurança pessoal, e não sobre a possibilidade de não comparecer.
Após várias tentativas de adiar a sua presença em tribunal, Netanyahu foi judicialmente obrigado a depor. As audiências têm ocorrido semanalmente desde dezembro, em uma sala de audiências segura em Telavive. A procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, também criticou a decisão do governo de demitir Ronen Bar, afirmando que esta estava viciada por um conflito de interesses, uma vez que envolvia investigações criminais que afetavam pessoas próximas a Netanyahu.
O Supremo Tribunal está agendado para realizar uma audiência em 8 de abril, onde analisará os recursos interpostos, incluindo aqueles da oposição e da própria procuradora-geral, contra a decisão do governo de demitir Bar. Netanyahu, por sua vez, tem criticado Bar por não ter conseguido prever ou impedir o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou em um conflito em curso na Faixa de Gaza.
A demissão de Bar, anunciada em 21 de março, e o subsequente processo de destituição de Baharav-Miara reacenderam os protestos contra o governo. Manifestantes, incluindo aqueles que clamam por um cessar-fogo em Gaza, têm se mobilizado contra o que consideram uma deriva autoritária do governo de Netanyahu, que, ao mesmo tempo, enfrenta críticas por sua gestão da segurança nacional e por questões de corrupção que envolvem sua família.
Resumo
O diretor do Shin Bet, Ronen Bar, revelou ao Supremo Tribunal de Israel que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lhe pediu para elaborar um parecer que justificasse a diminuição das suas comparências em tribunal, onde é julgado por corrupção. Netanyahu negou as acusações, afirmando que a conversa se concentrou em garantir a sua segurança durante os depoimentos, devido a ameaças de mísseis. Após várias tentativas de adiar o depoimento, ele foi obrigado judicialmente a comparecer. A procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, criticou a demissão de Bar, alegando conflito de interesses, e o Supremo Tribunal irá ouvir recursos sobre esta decisão em 8 de abril. A demissão de Bar e o processo contra Baharav-Miara provocaram protestos contra o governo, com manifestantes exigindo um cessar-fogo em Gaza e criticando a gestão de Netanyahu em questões de segurança e corrupção.