O Partido Socialista (PS) apresentou hoje em Lisboa a atualização do seu programa eleitoral, com um enfoque claro na redução do custo de vida, habitação, saúde, salários e apoios às famílias jovens. O evento, que contou com a presença do secretário-geral Pedro Nuno Santos, delineou uma série de propostas que visam responder aos desafios atuais do país, sem reverter as medidas emblemáticas do governo anterior.
Entre as principais propostas, destaca-se a implementação de um IVA zero permanente para um cabaz de bens alimentares, uma medida que o PS já havia testado temporariamente durante o governo de António Costa, em resposta à inflação. O partido também propõe a redução do IVA na eletricidade para 6% para famílias com potência contratada até 6,9 kVA, prevendo que estas medidas beneficiem milhões de consumidores. Além disso, o PS pretende fixar o preço do gás engarrafado, com base em uma proposta da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que será periodicamente reavaliada.
No que diz respeito aos salários, o PS compromete-se a aumentar o salário mínimo nacional em pelo menos 60 euros por ano, com o objetivo de alcançar 1.110 euros até 2029. O partido também propõe um aumento de 5% ao ano para o salário médio, visando atingir pelo menos 2.000 euros no mesmo período. Em termos de carga horária, o PS sugere uma redução gradual da semana de trabalho de 40 para 37,5 horas, uma medida que será discutida em concertação social.
O apoio às famílias jovens é uma prioridade, com a proposta de um programa denominado "pé-de-meia", que atribuirá 500 euros em certificados de aforro a todas as crianças nascidas a partir de 2025. O PS também planeia aumentar em 50% o valor do abono de família para crianças dos três aos seis anos, com aumentos programados para 2026 e 2028.
Na área da saúde, o PS defende a inclusão da medicina dentária e da saúde mental como cuidados básicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O partido propõe a criação de 350 gabinetes de médico-dentista em todos os concelhos do país e a contratação de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, para fortalecer a resposta do SNS.
A habitação é identificada como um dos maiores desafios do país, e o PS propõe um reforço do parque habitacional público, utilizando parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos para financiar a construção de habitação pública. O partido também pretende alargar o apoio à renda a todas as famílias com taxa de esforço elevada, incluindo as da classe média.
O programa eleitoral do PS foi apresentado em um contexto de críticas por parte do presidente do PSD, Luís Montenegro, que acusou o partido de estar "perdido" ao prometer tudo a todos, comparando a sua abordagem à do antigo primeiro-ministro José Sócrates. Montenegro sublinhou a importância de criar riqueza antes de distribuir, alertando que promessas excessivas podem levar ao empobrecimento.
Com estas propostas, o PS pretende dar um novo impulso a Portugal, focando na melhoria das condições de vida dos cidadãos e na construção de um futuro mais sustentável e equitativo.
Resumo
O Partido Socialista (PS) apresentou em Lisboa a atualização do seu programa eleitoral, destacando a redução do custo de vida, habitação, saúde, salários e apoios às famílias jovens. Entre as propostas, inclui-se a implementação de um IVA zero permanente para um cabaz de bens alimentares e a redução do IVA na eletricidade para 6% para famílias com potência contratada até 6,9 kVA. O PS compromete-se a aumentar o salário mínimo nacional em pelo menos 60 euros por ano, visando alcançar 1.110 euros até 2029, e propõe um aumento de 5% ao ano para o salário médio. O apoio às famílias jovens é uma prioridade, com um programa que atribuirá 500 euros em certificados de aforro a crianças nascidas a partir de 2025. Na saúde, o PS defende a inclusão da medicina dentária e da saúde mental como cuidados básicos do SNS, propondo a criação de 350 gabinetes de médico-dentista. O presidente do PSD, Luís Montenegro, criticou o PS, acusando-o de prometer excessivamente sem garantir a criação de riqueza, alertando para o risco de empobrecimento. Com estas propostas, o PS visa melhorar as condições de vida e construir um futuro mais sustentável e equitativo.