Marine Le Pen apela à mobilização após condenação judicial

Le Pen promete lutar contra condenação que a torna inelegível, evocando apoio popular e críticas à justiça.

há 4 dias
Marine Le Pen apela à mobilização após condenação judicial

© Clement Mahoudeau / AFP

Resumo

Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, apelou à mobilização popular após ser condenada por desvio de fundos públicos, o que a torna inelegível por cinco anos. Durante um discurso no congresso da Liga italiana, Le Pen prometeu uma "batalha pacífica e democrática" contra a decisão judicial, que considera um ataque aos direitos dos franceses. Ela comparou sua situação à luta pelos direitos civis de Martin Luther King e criticou a manipulação da justiça na Europa, mencionando casos semelhantes a partidos como o Chega e o de Matteo Salvini. Le Pen expressou gratidão pelo apoio recebido e anunciou a intenção de contestar legalmente a condenação. A União Nacional organizou uma manifestação em Paris em apoio a Le Pen, enquanto o primeiro-ministro François Bayrou e o presidente Emmanuel Macron defenderam a independência do poder judicial. Uma sondagem recente indica que 49% dos franceses desejam que Le Pen se candidate novamente em 2027, refletindo seu impacto contínuo na política francesa.

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, fez um apelo à mobilização popular, prometendo uma “batalha pacífica e democrática” contra a sua recente condenação por desvio de fundos públicos. A declaração foi feita durante um discurso transmitido em vídeo no congresso da Liga italiana, liderada por Matteo Salvini, onde Le Pen expressou a sua determinação em contestar a decisão judicial que a tornou inelegível para cargos públicos durante cinco anos.

Le Pen, que se viu envolvida em um escândalo que a condenou a quatro anos de prisão, dos quais dois em regime de cumprimento de pena com pulseira eletrónica, argumentou que a sua condenação representa um ataque não apenas a ela, mas a todo o povo francês. “Os direitos dos franceses estão a ser postos em causa”, afirmou, evocando a luta pelos direitos civis de Martin Luther King como um exemplo a seguir. A líder do Rassemblement National criticou o que considera uma “tentativa de manipulação” que afeta a democracia em toda a Europa, citando investigações semelhantes a partidos como o Chega, de André Ventura, e o próprio partido de Salvini.

Em resposta à condenação, Le Pen disse sentir-se “comovida” pelo apoio que recebeu de dirigentes da Liga, que também enfrentaram desafios legais. O discurso de Le Pen coincidiu com manifestações em Paris, onde apoiantes e críticos se reuniram em protesto, refletindo a polarização política que a sua figura suscita. A líder da extrema-direita não hesitou em descrever a sua situação como uma “violação da democracia”, prometendo utilizar todos os meios legais disponíveis para garantir a sua participação nas próximas eleições presidenciais.

A União Nacional, sob a liderança de Jordan Bardella, convocou uma manifestação em Paris para apoiar Le Pen, que foi caracterizada por alguns como um protesto contra a independência do poder judicial, um dos pilares da democracia. Bardella defendeu que a decisão judicial que excluiu Le Pen da corrida presidencial é uma manobra política da esquerda, que estaria a usar a justiça como uma arma contra os seus adversários.

Enquanto isso, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, comentou que não é “saudável nem desejável” protestar contra decisões judiciais, enfatizando a importância da separação de poderes e da proteção da justiça. O presidente Emmanuel Macron também reiterou a independência do sistema judicial em França, em resposta às alegações de Le Pen sobre um “escândalo democrático”.

À medida que a situação se desenrola, uma sondagem recente revelou que quase metade dos franceses (49%) deseja que Marine Le Pen se candidate novamente nas eleições presidenciais de 2027, um aumento significativo em relação ao mês anterior. Este apoio popular poderá influenciar o futuro político da líder da extrema-direita, que continua a ser uma figura polarizadora no cenário político francês.