O porta-voz do Livre, Rui Tavares, fez hoje declarações contundentes em Coimbra, onde criticou a proposta do Partido Socialista (PS) de atribuir 500 euros em certificados de aforro a todas as crianças nascidas a partir do início deste ano. Tavares argumentou que um verdadeiro “pé-de-meia” para os jovens deveria ser um apoio à nascença de 5.000 euros, acusando os socialistas de se apropriarem de uma ideia que o seu partido já havia apresentado no ano passado. “O PS vem propor um décimo e ainda por cima não tem a lisura de dizer que é uma ideia do Livre de que roubaram um décimo”, afirmou Tavares durante a apresentação dos candidatos do Livre às Eleições Legislativas de 18 de maio.
O deputado sublinhou que a proposta do Livre, que prevê uma herança social progressiva adaptada ao escalão de rendimentos da família, é uma solução que realmente faria a diferença na vida dos jovens ao entrarem na vida adulta. Segundo as suas contas, os 500 euros propostos pelo PS se traduziriam em cerca de 700 euros quando o beneficiário atingir os 18 anos, uma quantia que, segundo Tavares, “não dá para pagar a propina do mestrado”. Em contrapartida, o porta-voz do Livre defendeu que a proposta do seu partido, que prevê um apoio de 5.000 euros, poderia ser financiada através da reorientação de recursos atualmente perdidos com o IRS Jovem.
Além das questões económicas, Tavares também abordou a atual crise política, atribuindo a responsabilidade ao líder do PSD, Luís Montenegro. Ele criticou a governação do PSD, não apenas pela degradação do sistema de saúde e pela falta de habitação, mas também pelo que considera ser um descaso em relação às obrigações de responsabilização dos altos cargos políticos. O porta-voz do Livre reiterou a disposição do partido para uma solução governativa progressista, de esquerda e ecológica, mas enfatizou que isso deve ser feito através de um “compromisso histórico” que garanta a não privatização do Serviço Nacional de Saúde e um aumento do investimento no ensino público.
Tavares destacou que, para resolver a crise da habitação, seria necessário um investimento público mínimo de 500 milhões de euros anuais. Ele também fez questão de garantir que não haveria retrocessos no estado de direito, na democracia e nos direitos fundamentais, e que o reconhecimento da independência da Palestina e o apoio à Ucrânia deveriam ser mantidos. “Com isto em cima da mesa, estamos dispostos a conversar para dar uma boa governação ao país, que tenha também fasquias mais altas no exercício de cargos políticos”, concluiu.
Na mesma ocasião, o Livre apresentou André Chichorro de Carvalho como cabeça de lista pelo círculo de Coimbra, destacando a sua experiência na área da educação. A escolha de Chichorro de Carvalho reflete a intenção do partido de abordar questões como a falta de habitação para estudantes e a necessidade de uma reforma no sistema educativo.
Resumo
Rui Tavares, porta-voz do Livre, criticou a proposta do Partido Socialista (PS) de atribuir 500 euros em certificados de aforro a crianças nascidas em 2025, argumentando que um apoio real para os jovens deveria ser de 5.000 euros. Tavares acusou o PS de apropriação de uma ideia já apresentada pelo Livre no ano anterior, sublinhando que a quantia proposta pelo PS não é suficiente para cobrir despesas educativas. O Livre propõe uma herança social progressiva, adaptada aos rendimentos familiares, que poderia ser financiada pela reorientação de recursos do IRS Jovem. Além disso, Tavares abordou a crise política, responsabilizando Luís Montenegro, líder do PSD, pela degradação do sistema de saúde e pela falta de habitação. Ele defendeu a necessidade de um investimento público significativo para resolver a crise da habitação e reafirmou o compromisso do Livre com uma governação progressista e ecológica, sem retrocessos nos direitos fundamentais. O partido também apresentou André Chichorro de Carvalho como candidato em Coimbra, destacando a sua experiência na educação.