O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) anunciou a desconvocação da greve que estava agendada para este mês na empresa de 'handling' SPdH/Menzies, anteriormente conhecida como Groundforce. A decisão foi fundamentada numa "assinalável mudança de postura" por parte da direção da empresa, que, segundo o sindicato, sugere uma nova dinâmica nas relações laborais.
Em comunicado oficial, o SIMA informou que irá participar numa reunião mediada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), marcada para o dia 6 de maio. O objetivo da reunião é renegociar o protocolo de entendimento que rege as relações entre a empresa e os trabalhadores, entre outras questões relevantes. O sindicato referiu que a greve, que estava prevista para os dias 18, 19 e 20 deste mês, e uma greve parcial entre 21 de abril e 2 de maio, foi desconvocada em virtude de um clima de diálogo que parece ter emergido.
O SIMA destacou que não pretende ser inflexível e que está comprometido em melhorar as condições de trabalho e a legalidade dentro da SPdH/Menzies. O sindicato reafirmou a sua posição como o único representante legítimo dos trabalhadores na empresa, enfatizando que o seu foco é exclusivamente o bem-estar dos associados e não o interesse da administração.
A SPdH/Menzies, que opera nos aeroportos portugueses, enfrentou um contexto difícil nos últimos anos, especialmente após a intervenção da Menzies Portugal, que detém 50,01% do capital social da empresa. O SIMA havia justificado a convocação da greve com a recusa da gestão da SPdH em dialogar com os sindicatos, exceto com dois deles, e denunciou que a empresa tem mantido congelados subsídios e anuidades há mais de duas décadas.
Além disso, o sindicato apontou que a SPdH não tem cumprido o plano de recuperação aprovado em setembro de 2023 no Tribunal do Comércio de Lisboa, e que ainda existem créditos reconhecidos que não foram pagos. A situação agravou-se com a interrupção unilateral do plano de rescisões amigáveis, que deixou muitos trabalhadores sem a possibilidade de formalizar acordos que já estavam em andamento.
Uma fonte oficial da Menzies, em resposta às preocupações do SIMA, garantiu que, no âmbito do plano de recuperação, foram identificadas várias funções para redundância, e que cerca de 160 colaboradores aceitaram propostas de rescisão por mútuo acordo. A TAP, que pediu a insolvência da Groundforce em 2021, continua a ser acionista da empresa, mantendo 49,9% do capital, enquanto a Menzies Aviation detém o restante.
A desconvocação da greve representa um passo significativo nas negociações entre os trabalhadores e a administração da SPdH/Menzies, mas a situação continua a ser monitorizada de perto pelo SIMA, que se compromete a lutar pelos direitos dos trabalhadores e por melhores condições laborais.
Resumo
O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) anunciou a desconvocação da greve agendada para este mês na SPdH/Menzies, anteriormente conhecida como Groundforce, devido a uma "assinalável mudança de postura" da direção da empresa. O SIMA participará numa reunião mediada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) no dia 6 de maio para renegociar o protocolo de entendimento entre a empresa e os trabalhadores. A greve, prevista para os dias 18, 19 e 20 de abril, foi desconvocada em virtude de um clima de diálogo emergente. O sindicato reafirmou o seu compromisso em melhorar as condições de trabalho e a legalidade na SPdH/Menzies, destacando que a empresa enfrenta dificuldades, incluindo o não cumprimento do plano de recuperação aprovado em setembro de 2023. A Menzies, que detém 50,01% da empresa, garantiu que foram identificadas funções para redundância e que cerca de 160 colaboradores aceitaram propostas de rescisão. A desconvocação da greve é vista como um passo significativo nas negociações, mas o SIMA continuará a monitorizar a situação.