O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje que as negociações diretas com o Irão terão início no próximo sábado, durante uma conferência de imprensa após uma reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Este diálogo, que será realizado "quase ao mais alto nível", visa abordar questões relacionadas com o programa nuclear iraniano, que tem gerado tensões significativas entre os dois países.
Trump, que anteriormente retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, negociado pela administração do ex-presidente Barack Obama, expressou a sua confiança de que um novo acordo poderia ser "muito mais forte". O presidente norte-americano enfatizou que a prioridade é garantir que o Irão não desenvolva armas nucleares, afirmando: "Estamos a lidar com eles diretamente e talvez se chegue a um acordo. Fazer um acordo seria preferível a fazer o óbvio".
A visita de Netanyahu à Casa Branca, a segunda em pouco mais de dois meses, também incluiu discussões sobre as tarifas comerciais que Trump impôs a vários países, incluindo Israel, e a situação em Gaza. O primeiro-ministro israelita manifestou a sua intenção de eliminar o défice comercial com os Estados Unidos, prometendo agir rapidamente para resolver esta questão.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão reiterou a sua posição de que não desenvolverá armas nucleares, mesmo diante de ameaças de ataque por parte dos EUA. O porta-voz do ministério, Ismail Baghaei, afirmou que "a posição do Irão sobre a questão nuclear é clara e tem sido repetidamente declarada: o Irão nunca se aventurará no desenvolvimento de uma bomba nuclear".
As tensões entre os EUA e o Irão aumentaram nas últimas semanas, especialmente após Trump ter ameaçado bombardeamentos e tarifas se o país não concordasse em negociar sobre o seu programa nuclear. Apesar de Teerão ter rejeitado as negociações diretas, manifestou abertura para conversações indiretas.
A reunião entre Trump e Netanyahu também abordou a guerra entre Israel e Hamas, as relações entre Israel e a Turquia, e a luta contra o Tribunal Penal Internacional, que emitiu um mandado de captura contra o líder israelita no ano passado. A presidência norte-americana, no entanto, cancelou a conferência de imprensa conjunta que estava prevista para depois do encontro, sem fornecer justificativas.
Este cenário de negociações e tensões comerciais ocorre num contexto de instabilidade nos mercados financeiros, com quedas significativas nas bolsas mundiais, refletindo a preocupação dos investidores com as políticas comerciais de Trump e as suas repercussões globais.
Resumo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o início de negociações diretas com o Irão para o próximo sábado, após uma reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. O diálogo, que ocorrerá "quase ao mais alto nível", tem como objetivo discutir o programa nuclear iraniano, que tem gerado tensões entre os dois países. Trump, que retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, expressou confiança em que um novo acordo possa ser "muito mais forte" e reiterou a prioridade de impedir que o Irão desenvolva armas nucleares. O Irão, por sua vez, reafirmou que não tem intenção de criar armas nucleares, apesar das ameaças dos EUA. As tensões aumentaram recentemente, especialmente após as ameaças de Trump de bombardeamentos e tarifas. A reunião entre Trump e Netanyahu também abordou questões comerciais e a situação em Gaza, mas a conferência de imprensa conjunta foi cancelada sem explicações. Este cenário de negociações ocorre em meio a instabilidade nos mercados financeiros, refletindo preocupações sobre as políticas comerciais de Trump.