Bill Ackman aconselha Trump a pausar tarifas comerciais

Bill Ackman alerta para os riscos de tarifas comerciais excessivas e suas consequências económicas.

há 2 dias
Bill Ackman aconselha Trump a pausar tarifas comerciais

© Shawn Thew/EPA/Bloomberg via Getty Images

Resumo

Bill Ackman, gestor de fundos de investimento, criticou a política económica do ex-presidente Donald Trump, sugerindo uma pausa de 90 dias antes da implementação de tarifas alfandegárias massivas, que ele considera uma "guerra nuclear económica". Ackman alertou que tais medidas estão a "destruir a confiança" dos EUA como parceiro comercial e a prejudicar a reputação do país no cenário global. Ele enfatizou que a abordagem de Trump pode ter repercussões severas, especialmente para os consumidores de baixos recursos, e que a confiança dos líderes empresariais está a ser comprometida. Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, também expressou preocupações semelhantes, afirmando que a política tarifária de Trump está a criar um ambiente económico perigoso. Além disso, Elon Musk defendeu a ideia de tarifas alfandegárias zero entre os EUA e a UE. A situação na Ucrânia, marcada por ataques russos, continua a ser uma grave crise de segurança na Europa, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestando preocupação com os ataques a civis.

O magnata e gestor de fundos de investimento Bill Ackman, uma figura proeminente em Wall Street, fez uma recomendação contundente ao ex-presidente Donald Trump: que ele considerasse uma pausa de 90 dias antes de implementar o que chamou de uma "guerra nuclear económica" a partir de 2 de abril. Ackman, que lidera o fundo Pershing Square e foi um dos apoiantes financeiros de Trump, expressou suas preocupações nas redes sociais, alertando que a imposição de tarifas alfandegárias massivas e desproporcionadas a aliados e adversários está a "destruir a confiança" dos Estados Unidos como parceiro comercial e destino de investimentos.

O investidor enfatizou a necessidade de uma pausa para renegociar as tarifas, que considera "injustas e assimétricas". Ele previu que, se os Estados Unidos lançarem uma guerra económica contra todos os países do mundo em 9 de abril, enfrentarão sérios problemas de reputação que poderão levar décadas a serem reparados, além de uma contração no consumo e no investimento. Ackman alertou que Trump está a perder a confiança dos líderes empresariais globais e que as repercussões serão particularmente severas para os "consumidores de baixos recursos", que representam uma parte significativa de sua base eleitoral. "Não foi para isto que votámos", concluiu.

As críticas de Ackman foram acompanhadas por comentários do presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, que também expressou preocupações sobre a política tarifária de Trump. Dimon afirmou que essa abordagem está a conduzir os mercados a um "ambiente geopolítico e económico mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial". Em uma carta aos acionistas, ele destacou que a mentalidade "America First" de Trump, que impõe tarifas elevadas a parceiros comerciais e concorrentes estratégicos, pode prejudicar a posição dos Estados Unidos no cenário global. "Se as alianças militares e económicas do mundo ocidental se fragmentarem, os Estados Unidos inevitavelmente enfraquecerão com o tempo", advertiu.

Até Elon Musk, o CEO da Tesla, parece ter se distanciado da posição de Trump, defendendo a ideia de "taxas alfandegárias zero" entre os Estados Unidos e a União Europeia, propondo a criação de uma zona de comércio livre que facilitaria a circulação de trabalhadores.

Enquanto isso, Trump também expressou descontentamento com os bombardeamentos russos na Ucrânia, descrevendo-os como "loucos". Em uma conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Trump justificou a falta de tarifas contra a Rússia pelo fato de os Estados Unidos não manterem relações comerciais com o país, dado o estado de guerra. O ataque recente da Rússia a uma zona residencial em Kryvyi Rih, que resultou na morte de 20 pessoas, incluindo nove crianças, levou a Ucrânia a solicitar uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou sua profunda preocupação com os ataques a civis, reiterando que tais ações são proibidas pelo direito internacional humanitário.

A situação na Ucrânia, exacerbada pela ofensiva militar russa iniciada em fevereiro de 2022, continua a ser uma das crises de segurança mais graves enfrentadas pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial.