Aumento de utentes com médico de família em Portugal em 2024

Cobertura de médicos de família atinge 85,4%, com variações regionais significativas.

há 1 dia
Aumento de utentes com médico de família em Portugal em 2024

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Resumo

Em 2024, o número de utentes com médico de família em Portugal atingiu 85,4%, segundo um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Este aumento é significativo, especialmente após uma ligeira queda em 2023, quando a percentagem foi de 83,5%. A região Norte destaca-se com uma cobertura de 97,3%, enquanto Lisboa e Vale do Tejo apresenta a menor taxa, com 72,1%. O relatório indica que a disponibilidade de um médico de família está associada a taxas mais elevadas de utilização de consultas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em 2024, foram realizadas cerca de 19 milhões de consultas médicas presenciais, um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior, e 17,3 milhões de consultas de enfermagem, que cresceram 10,1%. Apesar da diminuição nas consultas não presenciais, as consultas médicas ao domicílio aumentaram 19,7%, superando os níveis pré-pandemia. O relatório também destaca uma redução nas consultas não programadas para a população com 65 anos ou mais e um aumento nas consultas motivadas por gripe, além de melhorias na vigilância de grupos de risco, embora tenha havido uma diminuição nas consultas para recém-nascidos.

O número de utentes com médico de família em Portugal registou um aumento significativo em 2024, alcançando 85,4%, de acordo com um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgado recentemente. Este crescimento é notável, especialmente após uma ligeira diminuição em 2023, quando a percentagem de utentes com médico de família se fixou em 83,5%, abaixo dos 85,6% de 2022 e dos 88,8% de 2021.

A análise revela que a cobertura é mais robusta na região Norte, onde 97,3% dos utentes têm um médico de família atribuído. Em contraste, a região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta a menor taxa, com apenas 72,1% dos utentes a contar com este apoio, tornando-se a única região abaixo da barreira dos 80%. A taxa de utilização de consultas médicas manteve-se estável em 69%, mas observou-se um aumento significativo entre os utentes sem médico de família, que passaram de 48% em 2023 para 52,7% no ano passado.

O relatório da ERS destaca que, nas unidades locais de saúde onde há uma maior percentagem de utentes com médico de família, as taxas de utilização de consultas são mais elevadas. Este dado sugere que a disponibilidade de um médico de família é um fator crucial para o acesso aos cuidados de saúde primários no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por outro lado, as taxas de utilização de consultas entre utentes sem médico de família são mais baixas nas unidades que apresentam menores percentagens de utentes com médico atribuído.

Em termos de consultas, o ano passado viu a realização de cerca de 19 milhões de consultas médicas presenciais, um aumento de 6,2% em relação a 2023, e 17,3 milhões de consultas de enfermagem presenciais, que cresceram 10,1%. No entanto, as consultas não presenciais diminuíram, com quedas de 1,2% e 4%, respetivamente. Um dado positivo é o aumento de 19,7% nas consultas médicas ao domicílio, que superaram, pela primeira vez, os níveis anteriores à pandemia de covid-19.

O relatório também aponta uma redução de 33,5% nas consultas não programadas para a população com 65 anos ou mais, o valor mais baixo desde 2019, e um aumento de 48,2% nas consultas motivadas por gripe. No que diz respeito à vigilância de grupos de risco, houve um aumento no número de utentes com diabetes a realizar o exame dos pés, bem como um maior número de mulheres a submeterem-se a mamografias e colpocitologias, exames essenciais para o rastreio do cancro do colo do útero. Contudo, a percentagem de recém-nascidos que tiveram, pelo menos, uma consulta médica até aos 28 dias de vida e que receberam visita domiciliária de enfermagem até aos 15 dias de vida apresentou uma diminuição.