Abril traz novas publicações sobre o impacto do nazismo

Literatura aborda a brutalidade do nazismo com reedições e novos títulos.

há 1 dia
Abril traz novas publicações sobre o impacto do nazismo

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Resumo

Abril traz uma nova onda de publicações literárias que exploram o impacto social do nazismo e a sua brutalidade, com relançamentos de obras clássicas e novos títulos. A editora Livros do Brasil reintroduz "A Escolha de Sofia" de William Styron, que narra a luta de um casal marcado por traumas da Segunda Guerra Mundial, e "Desconhecido Nesta Morada" de Kathrine Kressmann Taylor, que expõe a crueldade do nazismo através de correspondência. A Antígona apresenta "Nós, Filhos de Eichmann" de Günther Anders, que reflete sobre responsabilidade moral em tempos de crise. Outras publicações notáveis incluem "A paz das colmeias" de Alice Rivaz, que aborda a emancipação feminina, e "A Noite do Poder - A Traição ao Médio Oriente" de Robert Fisk, que critica a hipocrisia ocidental em conflitos no Médio Oriente. Além disso, novas obras de autores contemporâneos e clássicos também estão previstas, enriquecendo o panorama literário e promovendo reflexões sobre questões sociais e históricas atuais.

Abril traz consigo uma nova onda de publicações literárias que exploram o impacto social do nazismo e a sua brutalidade, com o relançamento de obras clássicas e a introdução de novos títulos que prometem cativar os leitores. A editora Livros do Brasil reintroduz duas obras que estavam esgotadas, enquanto a Antígona apresenta “Nós, Filhos de Eichmann”, uma obra provocadora que merece destaque.

Entre as reedições, encontramos “A Escolha de Sofia”, de William Styron, que narra a luta interna de um casal marcado por traumas profundos: uma polaca católica que sobreviveu a Auschwitz e um judeu atormentado. Esta obra, que foi adaptada para o cinema em 1982 com a aclamada interpretação de Meryl Streep, continua a ressoar com a sua poderosa narrativa sobre a dor e a sobrevivência. A outra reedição da Livros do Brasil é “Desconhecido Nesta Morada”, de Kathrine Kressmann Taylor, uma das primeiras obras a expor a crueldade do nazismo, apresentada sob a forma de correspondência entre um judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco, e o seu antigo sócio que regressou à Alemanha.

A Antígona, por sua vez, traz “Nós, Filhos de Eichmann” (1988), de Günther Anders, que compila duas cartas significativas: a primeira, escrita após a leitura de “Eichmann em Jerusalém” (1963) de Hannah Arendt, e a segunda nos anos 1980, dirigidas ao filho mais velho do homem que organizou as deportações para os campos de extermínio nazis. Esta obra oferece uma reflexão profunda sobre a responsabilidade e a moralidade em tempos de crise.

Outra adição notável é “A paz das colmeias”, da escritora e jornalista Alice Rivaz (1901-1998), que apresenta o diário de uma mulher em busca de emancipação, abordando a dominação masculina e as dinâmicas de género, antecipando assim os debates do feminismo moderno sem recorrer a militância ou moralismos.

A editora Almedina, nas Edições 70, lança “A Noite do Poder - A Traição ao Médio Oriente”, uma obra póstuma do jornalista britânico Robert Fisk. Este livro, que abrange desde as revoltas árabes até à guerra civil síria e os conflitos entre Israel e Palestina, critica a hipocrisia e a interferência ocidental, oferecendo uma narrativa que combina jornalismo com análise histórica e testemunhos diretos.

Na esfera das entrevistas, “Gonçalo M. Tavares: Uma mesa de pingue-pongue e um pequeno lago” é uma conversa entre o autor e José Jorge Letria, parte da coleção “o fio da memória”, que reúne diálogos com figuras proeminentes das artes e da cultura em Portugal. A Guerra e Paz também se prepara para lançar “No fio inconstante dos dias: Memórias de uma vida flutuante”, de Shen Fu, um clássico da literatura universal que chega pela primeira vez à língua portuguesa.

A Relógio d’Água tem em vista a publicação de novas obras, incluindo “Have Ya Got Any Castles, Baby” de Ana Teresa Pereira e “Tonho e as Almas” de Jaime Rocha. No campo da literatura internacional, destaca-se N.K. Jemisin, autora de ficção especulativa e fantasia, que verá publicado “O céu de pedra”, o terceiro livro da série “Terra Fraturada”, que já conquistou o Hugo Award e o Nebula Award em 2018.

Por fim, a Relógio d’Água também se prepara para relançar clássicos como “Bouvard e Pécuchet” e “Dicionário das ideias feitas” de Gustave Flaubert, além de “Zipper e o seu pai” de Joseph Roth e “Nunca me perguntarás” da escritora italiana Natália Ginzburg. Estas publicações não só enriquecem o panorama literário, mas também oferecem uma oportunidade para refletir sobre questões sociais e históricas que continuam a ser relevantes nos dias de hoje.