Visita do Secretário da Defesa dos EUA ao Panamá e Soberania do Canal

Pete Hegseth reafirma a soberania panamiana sobre o Canal e preocupa-se com a influência da China na região.

há 1 dia
Visita do Secretário da Defesa dos EUA ao Panamá e Soberania do Canal

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Resumo

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, visitou o Panamá para reafirmar a posição dos EUA sobre a soberania panamiana do Canal do Panamá e expressar preocupações sobre a influência da China na região. Durante o seu discurso, Hegseth enfatizou que a administração Trump não permitirá que a "China comunista" comprometa a operação do canal, uma infraestrutura crucial que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico. Ele alertou que a presença de empresas chinesas na área representa uma ameaça à segurança nacional, permitindo a Pequim realizar atividades de vigilância. Hegseth encontrou-se com o Presidente panamiano, José Raúl Mulino, para discutir a cooperação em defesa e segurança, destacando os esforços conjuntos recentes. Mulino reafirmou a soberania do Panamá sobre o canal, desmentindo as alegações de Trump sobre a influência chinesa. A visita de Hegseth reflete a crescente preocupação dos EUA com a presença da China na região, enquanto o Panamá busca manter o controle sobre uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, fez uma visita ao Panamá, onde reafirmou a posição dos EUA em relação à soberania do país sobre o Canal do Panamá e expressou preocupações sobre a influência da China na região. Durante um discurso proferido numa esquadra de polícia nas proximidades do canal, Hegseth declarou que a administração do Presidente Donald Trump não permitirá que a "China comunista" comprometa a operação do canal interoceânico, uma infraestrutura vital que liga o oceano Atlântico ao Pacífico.

Hegseth, que chegou ao Panamá na noite de segunda-feira, destacou que os Estados Unidos, que construíram o canal e o cederam ao Panamá em 1999, estão atentos a novas ameaças que possam surgir. "Os Estados Unidos não permitirão que a China ou qualquer outro país ameace a operação ou a integridade do canal", afirmou, sublinhando a importância da colaboração entre os dois países para garantir a segurança da via navegável.

A visita de Hegseth ocorre num contexto de tensões crescentes, impulsionadas pelas declarações de Trump, que tem insistido que os EUA estão a ser "sobretaxados" pela utilização do canal e que a presença de empresas chinesas na área representa uma ameaça à segurança nacional. O secretário da Defesa argumentou que as empresas chinesas controlam infraestruturas críticas na zona do canal, o que, segundo ele, permite a Pequim realizar atividades de vigilância que tornam tanto o Panamá quanto os Estados Unidos menos seguros.

Durante a sua estadia, Hegseth encontrou-se com o Presidente panamiano, José Raúl Mulino, e discutiu a necessidade de reforçar a cooperação em matéria de defesa e segurança. O secretário da Defesa elogiou os esforços conjuntos realizados nas últimas semanas, afirmando que os dois países têm feito mais para fortalecer a colaboração do que em décadas anteriores. O encontro incluiu a participação em exercícios conjuntos e sessões de formação, parte da Conferência de Segurança da América Central (Centsec), coorganizada pelos EUA e pelo Panamá.

Mulino, por sua vez, reiterou que o Canal do Panamá é e continuará a ser panamiano, desmentindo as alegações de Trump sobre a influência chinesa nas operações do canal, que são geridas pela Autoridade Autónoma do Canal do Panamá. A tensão entre os dois países foi exacerbada por um contrato de arrendamento de 25 anos, que permite a um consórcio de Hong Kong operar portos nas extremidades do canal. O governo panamiano anunciou que está a auditar este contrato, tendo já identificado irregularidades.

A visita de Hegseth e as suas declarações refletem a crescente preocupação dos Estados Unidos com a presença da China na região, enquanto o Panamá tenta reafirmar a sua soberania sobre uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.