O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está a ponderar a retirada de até dez mil militares da Europa de Leste, uma decisão que levanta sérias preocupações entre os países vizinhos ao conflito na Ucrânia. A informação foi divulgada pela NBC News, que citou fontes anónimas de ambos os lados do Atlântico, revelando que os efetivos em questão fazem parte dos 20 mil soldados mobilizados pelo ex-presidente Joe Biden em resposta à invasão russa em 2022.
A potencial retirada das tropas norte-americanas é vista como uma ameaça à segurança de nações como a Polónia, a Roménia e os estados bálticos, que dependem da presença militar dos EUA como um baluarte contra a agressão russa. A situação tornou-se ainda mais delicada com a ascensão de Donald Trump à presidência, cujas críticas à NATO e aos aliados europeus têm gerado incertezas sobre o compromisso dos Estados Unidos com a defesa europeia.
As notícias sobre a retirada coincidem com os esforços de Trump para mediar um cessar-fogo entre Moscovo e Kiev, embora tenha encontrado resistência por parte do Kremlin. A presença militar norte-americana na Europa Oriental, especialmente em antigos países comunistas, é um tema sensível para a Rússia, que vê esses destacamentos como uma ameaça à sua segurança e se opõe à adesão da Ucrânia à NATO.
Em resposta a estas preocupações, o ministro da Defesa polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, afirmou que as tropas norte-americanas que transportam ajuda militar para a Ucrânia permanecerão na Polónia. Durante uma conferência de imprensa em Varsóvia, o ministro garantiu que as forças dos EUA serão realocadas para outras bases no país, uma decisão que foi tomada em conjunto com o governo polaco. O comando do exército dos Estados Unidos na Europa e em África (USAREUR-AF) confirmou que esta mudança faz parte de uma estratégia mais ampla para otimizar operações e aumentar a eficiência, ao mesmo tempo que se mantém o apoio a aliados.
A base aérea de Jasionka, situada perto de Rzeszów e a apenas 50 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, tornou-se um ponto crucial para a logística de ajuda militar e humanitária desde o início da guerra. Estima-se que cerca de 95% das remessas de apoio à Ucrânia passem por esta região, o que torna a sua segurança uma prioridade. Com a deslocalização das tropas, a NATO e outros aliados, como a Noruega e a Alemanha, terão de assumir uma maior responsabilidade pela proteção da base.
O Presidente polaco, Andrzej Duda, que se encontra em visita oficial à Estónia, comentou que a transferência de pessoal e equipamento militar dos EUA não deve ser interpretada como uma retirada, embora tenha admitido não ter detalhes sobre o andamento da deslocalização. A situação continua a evoluir, com a comunidade internacional a observar atentamente os desenvolvimentos na região.
Resumo
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está a considerar a retirada de até 10 mil militares da Europa de Leste, uma decisão que suscita preocupações entre países vizinhos ao conflito na Ucrânia. Esta informação, divulgada pela NBC News, revela que os soldados em questão fazem parte dos 20 mil mobilizados pelo ex-presidente Joe Biden em resposta à invasão russa em 2022. A retirada é vista como uma ameaça à segurança de nações como a Polónia e os estados bálticos, que dependem da presença militar dos EUA como proteção contra a agressão russa. A situação é ainda mais complexa com a ascensão de Donald Trump, cujas críticas à NATO geram incertezas sobre o compromisso dos EUA com a defesa europeia. O ministro da Defesa polaco garantiu que as tropas que transportam ajuda militar para a Ucrânia permanecerão na Polónia, enquanto a base aérea de Jasionka, crucial para a logística de apoio à Ucrânia, se torna uma prioridade de segurança. O Presidente polaco, Andrzej Duda, afirmou que a transferência de tropas não deve ser vista como uma retirada, embora a situação continue a evoluir, com a comunidade internacional a monitorar de perto os desenvolvimentos na região.