Guterres alerta para crise humanitária na Faixa de Gaza

Secretário-geral da ONU critica bloqueio de ajuda e deslocação forçada de palestinianos.

há 1 dia
Guterres alerta para crise humanitária na Faixa de Gaza

© Pierre Albouy - Reuters

Resumo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou para a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, descrevendo a situação como um "campo de extermínio" para os civis. Durante uma conferência na ONU, Guterres criticou Israel por bloquear a ajuda humanitária, afirmando que mais de um mês se passou sem qualquer assistência, resultando em um aumento alarmante de mortes desde o reinício dos ataques em março. Ele expressou preocupação com um novo plano israelita que visa controlar a entrega de ajuda, o que, segundo ele, limita a assistência essencial. Guterres também condenou a deslocação forçada de palestinianos como uma violação do Direito Internacional, defendendo a criação de um Estado palestiniano que coexista pacificamente com Israel como a única solução viável para a paz no Médio Oriente. Além disso, abordou as consequências negativas das guerras comerciais, especialmente para os países em desenvolvimento, enfatizando a necessidade de cooperação nas relações internacionais.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez declarações alarmantes sobre a situação na Faixa de Gaza, descrevendo-a como um "campo de extermínio" onde os civis enfrentam um "ciclo interminável de morte". Durante uma conferência de imprensa na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres criticou Israel por não cumprir com as suas obrigações como potência ocupante e por bloquear a entrada de ajuda humanitária essencial na região.

"Mais de um mês passou sem uma única gota de ajuda em Gaza. Sem comida, sem combustível, sem medicamentos, sem bens comerciais. À medida que a ajuda secava, as comportas do horror reabriram-se", afirmou Guterres, referindo-se ao impacto devastador da falta de assistência humanitária. Desde o reinício dos ataques israelitas em 18 de março, que romperam um cessar-fogo de dois meses, cerca de 1.400 pessoas perderam a vida, intensificando a crise humanitária.

O secretário-geral expressou a sua preocupação com o novo plano de Israel, que visa controlar a entrega de ajuda humanitária, afirmando que tal abordagem apenas servirá para "controlar ainda mais e limitar insensivelmente a ajuda até à última caloria e grão de farinha". Guterres deixou claro que as Nações Unidas não aceitarão qualquer acordo que não respeite os princípios humanitários fundamentais de humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade.

Além disso, Guterres abordou a questão da deslocação forçada de palestinianos, considerando-a uma violação do Direito Internacional. "Os palestinianos devem poder viver num Estado palestiniano lado a lado com um Estado israelita. Essa é a única solução que pode trazer a paz ao Médio Oriente", defendeu.

Em um contexto mais amplo, o secretário-geral também expressou preocupação com as repercussões de uma guerra comercial, especialmente para os países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis a tais conflitos. "As guerras comerciais são extremamente negativas. Ninguém ganha com uma guerra comercial; toda a gente tende a perder", concluiu Guterres, sublinhando a necessidade de uma abordagem cooperativa e pacífica nas relações internacionais.