Março de 2025 é o mês mais quente já registado na Europa

Temperaturas extremas em março de 2025 refletem preocupações sobre o aquecimento global.

há 2 dias
Março de 2025 é o mês mais quente já registado na Europa

© AP Photo/Gregorio Marrero

Resumo

Março de 2025 foi o mês mais quente já registado na Europa, com uma temperatura média de 6,03°C, superando em 2,41°C a média de março entre 1991 e 2020, conforme o Observatório Europeu Copernicus. Embora a Península Ibérica e o sul de França não tenham atingido recordes, outras regiões enfrentaram condições climáticas extremas, como chuvas intensas em partes de Espanha e Portugal, e um março historicamente seco na Holanda e norte da Alemanha. O relatório da World Weather Attribution (WWA) indica que as alterações climáticas intensificaram uma onda de calor na Ásia Central e causaram inundações na Argentina. Globalmente, março de 2025 foi o segundo mais quente, apenas atrás de março de 2024, com temperaturas consistentemente acima da média pré-industrial. Ativistas climáticos, como Rebecca Newsom da Greenpeace UK, alertam para as consequências das temperaturas extremas, que podem resultar em ondas de calor e incêndios florestais severos. Além disso, o gelo marinho no Ártico atingiu o seu nível mais baixo em 47 anos, refletindo uma deterioração contínua do ambiente polar e a urgência de ação contra as alterações climáticas.

O mês de março de 2025 entrou para a história como o mais quente já registado na Europa, de acordo com o último boletim do Observatório Europeu Copernicus. Com uma temperatura média de 6,03°C, o mês superou em 2,41°C a média de março entre 1991 e 2020, refletindo uma tendência alarmante de aquecimento global que continua a desafiar as previsões climáticas.

Embora a Península Ibérica e o sul de França não tenham registado temperaturas recorde, outras regiões da Europa enfrentaram condições climáticas extremas. Enquanto partes da Espanha e de Portugal foram atingidas por chuvas intensas, que em alguns casos estabeleceram novos recordes, países como a Holanda e o norte da Alemanha experimentaram um março historicamente seco. A situação climática na Europa foi ainda mais complexa, com a rede científica World Weather Attribution (WWA) a concluir que as alterações climáticas intensificaram uma onda de calor na Ásia Central e provocaram chuvas torrenciais que resultaram em inundações mortais na Argentina.

Março de 2025 foi também o segundo mês de março mais quente a nível global, apenas atrás de março de 2024, prolongando uma sequência ininterrupta de temperaturas recorde ou quase recorde desde julho de 2023. Desde então, com uma única exceção, todos os meses registaram temperaturas pelo menos 1,5 graus Celsius acima da média pré-industrial, um fenómeno que tem deixado os cientistas perplexos. O boletim do Copernicus destaca que março de 2025, com uma temperatura média de 14,06 graus Celsius, ficou apenas 0,08 graus abaixo do recorde estabelecido no ano anterior.

Os ativistas climáticos estão a soar alarmes sobre as implicações destas temperaturas extremas. "À medida que o início da primavera se assemelha cada vez mais ao verão, a Europa pode estar a caminho de enfrentar ondas de calor e incêndios florestais mais severos no meio do ano", afirmou Rebecca Newsom, diretora de política da Greenpeace UK. A organização apela para que as empresas poluidoras, como a Shell e a TotalEnergies, sejam responsabilizadas financeiramente pelos danos causados, através de novos impostos que ajudem a financiar a recuperação de comunidades afetadas por desastres climáticos.

Além disso, o relatório de março de 2025 do Copernicus revelou uma tendência preocupante no Ártico, onde o gelo marinho atingiu o seu nível mais baixo para o mês em 47 anos de registo por satélite, 6% abaixo da média. Este dado é alarmante, uma vez que todos os meses de 2025 até agora registaram mínimos históricos para esta época do ano, indicando uma deterioração contínua do ambiente polar.

Com as condições climáticas a tornarem-se cada vez mais extremas, a necessidade de ação imediata e eficaz contra as alterações climáticas torna-se mais urgente do que nunca. A Europa, que se posiciona como uma "superpotência solar", enfrenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento sustentável com a necessidade de mitigar os efeitos devastadores das mudanças climáticas.