Os rebeldes huthis do Iémen acusaram hoje os Estados Unidos de terem causado a morte de cerca de 80 pessoas em três semanas de bombardeamentos contínuos nas áreas sob seu controle. Desde meados de março, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou uma intensificação das operações militares, os huthis relataram a morte de aproximadamente 80 civis, um número que, segundo eles, reflete a gravidade da situação no país devastado pela guerra civil.
O porta-voz militar dos huthis, Yahya Sarea, descreveu os ataques como uma "agressão contínua" e "massacres horríveis", conforme noticiado pela agência de notícias espanhola EFE. Os bombardeamentos visam, segundo Washington, neutralizar os ataques dos huthis à navegação internacional nos mares Vermelho e Arábico, bem como a Israel, em resposta ao conflito em Gaza. Nos últimos dias, relatos de meios de comunicação árabes e norte-americanos indicaram que vários líderes rebeldes foram eliminados, o que, segundo os EUA, teria reduzido significativamente as capacidades militares do grupo.
A agência de notícias iemenita Saba, controlada pelos huthis, informou que, em um ataque recente, "quatro crianças e duas mulheres" perderam a vida no oeste do país. Além disso, os rebeldes afirmaram ter abatido um drone norte-americano durante uma missão hostil. Os huthis, que se alinham com o "eixo de resistência" liderado pelo Irão, controlam partes do Iémen, um país que enfrenta uma guerra civil desde 2014.
A campanha de bombardeamentos dos EUA, que se intensificou em resposta às ameaças dos huthis de atacar navios israelitas, já resultou em pelo menos 79 mortes, segundo os rebeldes. Os ataques aéreos mais recentes atingiram a cidade portuária de Hodeida, onde pelo menos quatro pessoas foram mortas e 16 feridas. O porta-voz do Ministério da Saúde huthi, Anees al-Asbahi, denunciou os ataques como crimes de guerra, afirmando que a maioria das vítimas são civis.
Imagens divulgadas pela televisão Al Masirah mostram os esforços de socorro em meio aos escombros, com equipes de emergência trabalhando para resgatar sobreviventes e apagar incêndios. Os ataques também afetaram outras áreas, incluindo a província de Amran e locais nas proximidades da capital Sanaa, resultando em danos significativos às infraestruturas.
Desde que a operação militar foi autorizada, mais de 200 ataques aéreos foram realizados, com o Comando Central das Forças Armadas dos EUA não reconhecendo oficialmente os bombardeamentos, um padrão que se mantém desde o início da campanha. O secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, reiterou que a pressão sobre os huthis não será aliviada, indicando que a operação poderá se prolongar.
Os huthis, que já atacaram mais de 100 navios mercantes, continuam a ser uma ameaça significativa na região, e a situação no Iémen permanece crítica, com a população civil a sofrer as consequências de um conflito que se arrasta há anos.
Resumo
Os rebeldes huthis do Iémen acusaram os Estados Unidos de causarem a morte de cerca de 80 pessoas em três semanas de bombardeamentos contínuos nas áreas sob seu controle. Desde março, após a intensificação das operações militares ordenadas pelo Presidente Donald Trump, os huthis relataram um aumento significativo nas vítimas civis, descrevendo os ataques como "agressão contínua" e "massacres horríveis". Os bombardeamentos visam neutralizar os ataques huthis à navegação internacional e a Israel, em resposta ao conflito em Gaza. Relatos indicam que vários líderes rebeldes foram eliminados, reduzindo suas capacidades militares. Os ataques aéreos mais recentes resultaram em mortes de civis, incluindo crianças e mulheres, e foram denunciados como crimes de guerra. A situação no Iémen é crítica, com a população civil a sofrer as consequências de um conflito prolongado. A operação militar dos EUA já resultou em mais de 200 ataques aéreos, sem reconhecimento oficial por parte do Comando Central das Forças Armadas dos EUA.