O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou a sua intenção de estabelecer "acordos à medida" com os países cujas importações estão a ser alvo de tarifas punitivas, durante uma cerimónia na Casa Branca dedicada à assinatura de ordens executivas que visam impulsionar a produção de carvão. Trump destacou que as negociações estão a avançar, mencionando que tanto o Japão como a Coreia do Sul estão próximos de fechar acordos, enquanto outros países também demonstraram interesse em dialogar.
A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China intensificou-se, com a Casa Branca a anunciar que as tarifas sobre as importações chinesas subirão para 104% a partir de quarta-feira, um aumento significativo que cumpre a ameaça de uma elevação de 50 pontos percentuais. Em resposta, Pequim anunciou a imposição de uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, marcando um novo capítulo nas tensões comerciais entre as duas potências.
Apesar dos alertas da Reserva Federal sobre os potenciais impactos negativos das tarifas na inflação e no crescimento económico, Trump elogiou as suas políticas comerciais, considerando-as uma "libertação" para os Estados Unidos. O Presidente afirmou que o país já está a arrecadar cerca de 2 mil milhões de dólares por dia com as tarifas, um montante que, segundo ele, contribuirá para a riqueza futura da nação.
Trump também mencionou que quase 70 países já contactaram o seu governo para discutir a possibilidade de retirar as tarifas, embora tenha admitido que a sua equipa está a enfrentar dificuldades em atender a tantas solicitações simultaneamente. O Presidente criticou a forma como alguns países, especialmente a China, trataram os Estados Unidos ao longo dos anos, afirmando que estas nações "tiraram partido" do país.
No dia 2 de abril, Trump declarou como "Dia da Libertação", anunciando uma tarifa global de 10% sobre todos os países com os quais os Estados Unidos mantêm negociações comerciais. Esta medida entrou em vigor no passado sábado e inclui tarifas adicionais para aqueles que Washington considera os "piores infratores" em termos de défices comerciais. Entre os países mais afetados estão o Vietname, Taiwan, Índia, Coreia do Sul e Japão, que enfrentam taxas que variam entre 24% e 46%.
Além disso, na mesma cerimónia, Trump assinou ordens executivas destinadas a aumentar a extração de carvão nos Estados Unidos, prevendo que a produção de eletricidade a partir deste recurso deverá mais do que duplicar, especialmente em resposta ao crescimento da inteligência artificial. As novas políticas visam remover barreiras regulamentares e suspender o encerramento de centrais elétricas a carvão, numa tentativa de revitalizar a indústria do carvão no país.
As recentes decisões de Trump têm gerado reações mistas, tanto entre os democratas como entre os republicanos, com preocupações sobre as consequências de uma guerra comercial para a economia norte-americana. O senador democrata Ron Wyden criticou a falta de clareza nas decisões e a forma como as tarifas foram implementadas, enquanto o senador republicano Thom Tillis questionou a responsabilidade em caso de insucesso das políticas comerciais.
Resumo
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a elevação das tarifas sobre as importações chinesas para 104%, intensificando a guerra comercial entre os EUA e a China. Durante uma cerimónia na Casa Branca, Trump destacou a intenção de estabelecer "acordos à medida" com outros países, mencionando que Japão e Coreia do Sul estão próximos de fechar acordos. Em resposta, a China impôs uma taxa de 34% sobre produtos norte-americanos. Apesar das advertências da Reserva Federal sobre os impactos negativos das tarifas na economia, Trump defendeu suas políticas, afirmando que os EUA arrecadam cerca de 2 mil milhões de dólares por dia com as tarifas. Ele também anunciou uma tarifa global de 10% sobre países em negociação, afetando nações como Vietname, Taiwan, Índia, Coreia do Sul e Japão. Além disso, Trump assinou ordens executivas para aumentar a produção de carvão, visando revitalizar a indústria e responder ao crescimento da inteligência artificial. As decisões de Trump geraram reações mistas entre democratas e republicanos, com preocupações sobre as consequências econômicas da guerra comercial.