Pelo menos 164 civis perderam a vida e 910 ficaram feridos em ataques russos na Ucrânia durante o mês de março, um aumento alarmante de 50% em relação ao mês anterior e 70% em comparação com o mesmo período de 2024, conforme revelam dados divulgados hoje pelas Nações Unidas. A Missão de Monitorização de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia destacou que abril foi marcado pelo que se considera o "ataque mais mortal contra crianças" desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Este ataque ocorreu na sexta-feira em Kryvyi Rih, onde nove crianças foram mortas e 12 ficaram feridas.
Os dados indicam que a maioria das mortes civis em março resultou de ataques com mísseis de longo alcance e drones suicidas, com 95% dos incidentes ocorrendo em território controlado pela Ucrânia. A chefe da missão, Danielle Bell, sublinhou que os bombardeamentos quase diários têm causado um número crescente de vítimas civis em todo o país. Kryvyi Rih, cidade situada a cerca de 70 quilómetros da linha de frente do conflito, foi um dos locais mais afetados, com cinco ataques que resultaram na morte de pelo menos seis civis e ferimentos em outros 66. Os alvos incluíam prédios civis, como dois hotéis e um restaurante.
Os ataques à cidade natal do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não cessaram em abril, com um míssil balístico atingindo um parque infantil na última sexta-feira, resultando na morte de 19 civis, incluindo nove crianças. O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, expressou sua consternação e pediu uma investigação rápida e independente sobre o incidente.
Além disso, a Missão de Monitorização confirmou que dois hospitais em funcionamento foram atacados repetidamente em março por drones suicidas das forças armadas russas. Em todos os casos, as equipas hospitalares seguiram os protocolos de segurança para proteger pacientes e profissionais de saúde.
Durante uma reunião no Conselho de Segurança, Tom Fletcher, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, fez um apelo à comunidade internacional para que intensifique os esforços na proteção dos civis. "Este padrão brutal de morte e destruição de civis em áreas povoadas deve acabar", afirmou Fletcher, ressaltando que quase 13 milhões de pessoas na Ucrânia necessitam de apoio humanitário, a maioria delas mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Hoje, o Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relatou uma nova onda de ataques em Dnipro, Kramatorsk e Kharkiv, que resultou em numerosos feridos e danos a edifícios residenciais. A tensão entre a Rússia e a Ucrânia continua a aumentar, com ambas as partes trocando acusações de ataques mútuos, desrespeitando uma suposta trégua de 30 dias acordada no mês passado em negociações com os Estados Unidos, cujos termos permanecem obscuros. Desde a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia tem recebido apoio financeiro e militar dos seus aliados ocidentais, que também impuseram sanções a setores-chave da economia russa, visando limitar a capacidade de Moscovo de sustentar o seu esforço de guerra.
Resumo
Em março de 2025, pelo menos 164 civis foram mortos e 910 feridos em ataques russos na Ucrânia, representando um aumento de 50% em relação ao mês anterior e 70% comparado ao mesmo período de 2024, segundo dados da ONU. A Missão de Monitorização de Direitos Humanos da ONU destacou que abril foi marcado pelo ataque mais mortal contra crianças desde o início da invasão russa, com nove crianças mortas em Kryvyi Rih. A maioria das mortes civis resultou de ataques com mísseis e drones, com 95% dos incidentes ocorrendo em território ucraniano. O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, pediu uma investigação sobre os ataques, que incluíram um míssil que atingiu um parque infantil, resultando em 19 mortes, incluindo nove crianças. Tom Fletcher, da ONU, apelou à comunidade internacional para proteger os civis, enquanto novos ataques em Dnipro, Kramatorsk e Kharkiv causaram mais feridos. A tensão entre Rússia e Ucrânia persiste, com acusações mútuas de violações de uma trégua supostamente acordada.