Trump considera ação militar contra o Irão se não desistir de armas nucleares

O presidente dos EUA afirma que a força militar é uma opção contra o Irão, enquanto conversações estão agendadas em Omã.

há aproximadamente 7 horas
Trump considera ação militar contra o Irão se não desistir de armas nucleares

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Resumo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que uma ação militar contra o Irão é "inteiramente possível" se o país não desistir do seu programa de armas nucleares. Durante uma conferência de imprensa, Trump enfatizou que os EUA não hesitarão em usar a força, com Israel a liderar qualquer ofensiva. As suas declarações ocorrem antes de conversações entre os EUA e o Irão no sultanato de Omã, que Washington considera "diretas", enquanto Teerão as vê como "indiretas". A tensão aumentou com novas sanções dos EUA a cinco entidades e um indivíduo iraniano, acusados de apoiar o programa nuclear. Trump, que retirou os EUA de um acordo nuclear de 2015, destacou que o Irão não deve desenvolver armas nucleares, uma alegação que Teerão nega, defendendo o uso da energia nuclear para fins civis. O próximo encontro em Omã contará com delegações lideradas pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países, com o Irão a reiterar que não busca desenvolver uma bomba nuclear e a sugerir investimento direto dos EUA, caso um acordo seja alcançado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que uma ação militar contra o Irão é "inteiramente possível" caso a República Islâmica não desista do seu programa de armas nucleares. Durante uma conferência de imprensa na Sala Oval, Trump destacou que, se necessário, os Estados Unidos não hesitarão em usar a força, e que Israel estaria na linha da frente dessa ofensiva. "Se tivermos de usar a força, usaremos a força", declarou Trump, sublinhando que "Israel vai, naturalmente, estar muito envolvido e vai liderar a ação". No entanto, o presidente americano fez questão de ressaltar que os Estados Unidos agem de acordo com os seus próprios interesses, afirmando: "Mas ninguém nos lidera, nós fazemos o que queremos fazer".

Essas declarações surgem em um momento crítico, com conversações agendadas para este fim de semana entre representantes dos Estados Unidos e do Irão no sultanato de Omã. Enquanto Washington descreve as conversas como "diretas", Teerão as considera "indiretas". A tensão entre os dois países aumentou ainda mais com a imposição de novas sanções por parte dos Estados Unidos, que visam cinco entidades e um indivíduo no Irão, acusados de apoiar o programa nuclear iraniano. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que a busca "imprudente" de armas nucleares pelo regime iraniano representa uma séria ameaça à segurança global.

Trump, que se reuniu recentemente com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, surpreendeu ao anunciar uma reunião de "alto nível" entre os dois países, apesar da ausência de relações diplomáticas entre Washington e Teerão há 45 anos. As alegações de que o Irão pretende desenvolver armas nucleares são rejeitadas pela República Islâmica, que defende o seu direito de utilizar a energia nuclear para fins civis, como a produção de eletricidade.

As sanções impostas pelos Estados Unidos têm o efeito de congelar os bens dos indivíduos e entidades visados e proíbem qualquer transação financeira com eles. Durante o seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão, que havia sido estabelecido em 2015 sob a administração de Barack Obama, e que envolvia também potências como a China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha. O acordo tinha como objetivo limitar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas.

No próximo encontro em Omã, a delegação iraniana será liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi, enquanto a delegação dos EUA será chefiada pelo enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff. O presidente do Irão, Mazoud Pezeshkian, reiterou que Teerão não busca desenvolver uma bomba nuclear e sugeriu a possibilidade de investimento direto dos EUA na República Islâmica, caso um acordo seja alcançado.