Governo português reúne-se para discutir apoio a exportadores

Reunião visa delinear medidas contra tarifas dos EUA que afetam exportações.

há aproximadamente 11 horas
Governo português reúne-se para discutir apoio a exportadores

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Resumo

O Governo português convocou uma reunião do Conselho de Ministros para discutir medidas de apoio às empresas exportadoras afetadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A União Europeia aprovou recentemente tarifas de 25% sobre 1680 produtos norte-americanos, como perfumes e soja, em resposta às tarifas dos EUA. O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma suspensão de 90 dias das tarifas para mais de 75 países, exceto a China, onde as tarifas foram aumentadas para 125%. A guerra comercial entre os EUA e a China está a intensificar-se, provocando turbulência nos mercados financeiros. O impacto das tarifas no turismo em Portugal foi destacado por Francisco Calheiros, que alertou para a possível redução do poder de compra dos norte-americanos. O governador do Banco de França pediu uma resposta coletiva da Europa às ações dos EUA, enfatizando os riscos para o crescimento e a inflação na zona euro. Associações de moda e calçado em Portugal também estão a buscar estratégias para mitigar os efeitos das tarifas, dada a importância dos EUA como mercado exportador. A situação permanece volátil, com economistas a preverem que a incerteza possa afetar o crescimento económico.

O Governo português convocou uma reunião do Conselho de Ministros para esta quinta-feira, com o objetivo de delinear medidas de apoio às empresas exportadoras que estão a sentir os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos da América (EUA). A situação tornou-se ainda mais crítica após a União Europeia ter dado luz verde, na quarta-feira, à aplicação de tarifas que afetam cerca de 1700 produtos norte-americanos, incluindo itens como perfumes, maquilhagem, amêndoas, soja e milho, que passarão a ter um acréscimo de 25% no seu custo para entrar no espaço europeu.

A resposta da Comissão Europeia às tarifas aplicadas pelos EUA em março foi aprovada recentemente e consiste numa taxa aduaneira de 25% sobre uma lista que inclui 1680 produtos. O Governo português, sob pressão para agir, deverá aprovar medidas de mitigação na reunião de quinta-feira, após ter sido criticado por inação.

Enquanto isso, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma suspensão de 90 dias das tarifas recíprocas para mais de 75 países, excluindo a China, cujas tarifas foram aumentadas para 125%, com efeito imediato. Trump justificou esta decisão com a alegação de que a China demonstrou uma "falta de respeito" pelos mercados globais. A guerra comercial entre os EUA e a China intensificou-se, com ambos os países a imporem tarifas adicionais, o que está a provocar uma crescente turbulência nos mercados financeiros.

O impacto das tarifas sobre o setor do turismo em Portugal também foi abordado. Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, expressou preocupações sobre como a crise das tarifas poderá afetar o poder de compra dos norte-americanos e, consequentemente, o turismo no país. Apesar de não haver sinais imediatos de queda nas previsões para o turismo, Calheiros alertou que a falta de poder de compra nos EUA poderia reduzir o consumo.

O governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, pediu uma "mobilização geral" na Europa, instando os países a intensificarem uma resposta coletiva às ações dos EUA. Ele destacou que a guerra comercial poderá afetar o crescimento e a inflação na zona euro, e que a Europa deve estar preparada para enfrentar os desafios impostos por Washington.

As associações de moda e calçado em Portugal também se reuniram com o ministro da Economia para discutir estratégias que possam mitigar os efeitos das tarifas. Com os EUA a serem um dos principais mercados exportadores para Portugal, as entidades pedem apoio e uma abordagem que evite a retaliação.

A situação permanece volátil, com os mercados a reagirem negativamente às incertezas geradas pela guerra comercial. Economistas alertam que a incerteza poderá penalizar o crescimento e aumentar a inflação, enquanto as tarifas impostas pelos EUA e a resposta da União Europeia continuam a ser um tema central nas discussões económicas. A expectativa é que, com o avanço das negociações, se possam firmar acordos que limitem os danos económicos das tarifas, mas a incerteza permanece elevada.